00:00:00
Campanha imuniza contra Pólio e Sarampo
Desta vez, serão 15 dias de mobilização. Meta é vacinar 95% das crianças com até 5 anos de idade. Recurso total investido é de R$ 99,2 milhões. De 21 de agosto a 3 de setembro, todas as crianças menores de 5 anos têm um compromisso inadiável. Elas devem comparecer aos postos de saúde para participar da segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (paralisia infantil).

Desta vez, serão 15 dias de mobilização. Meta é vacinar 95% das crianças com até 5 anos de idade. Recurso total investido é de R$ 99,2 milhões. De 21 de agosto a 3 de setembro, todas as crianças menores de 5 anos têm um compromisso inadiável. Elas devem comparecer aos postos de saúde para participar da segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (paralisia infantil). Só que essa etapa tem um apelo especial. Além da gotinha contra a pólio, as crianças vão receber também a vacina Tríplice Viral, que protege do sarampo, da rubéola e da caxumba. Em todo o País, cerca de 117 mil postos de saúde e 439 mil pessoas, entre servidores públicos e privados e voluntários, estarão envolvidos na mobilização. O atendimento será realizado no horário de funcionamento normal dos postos, das 8h às 17h. "A proposta do Ministério da Saúde é completar a proteção das crianças contra a poliomielite e protegê-las também do risco da importação do sarampo", afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Todas as crianças menores de 5 anos - mesmo as que tomaram a vacina na primeira etapa da campanha deste ano - precisam receber a segunda dose contra a pólio. O Ministério da Saúde só pode assegurar o controle da doença se as duas doses forem aplicadas todos os anos. Em relação à vacina contra o sarampo, o secretário explica que esse tipo de campanha é realizado pelo ministério a cada cinco anos. "Para que o País se mantenha sem casos de sarampo, é preciso fazer, além da vacinação normal, essa campanha especial", reforça Jarbas. "Mesmo o Brasil não tendo casos da doença há quase três anos, o sarampo ainda é muito comum em várias áreas do mundo, inclusive em países desenvolvidos como o Japão, Alemanha e Itália", completa. A vacina evita a reintrodução da doença no Brasil por meio de turistas. Nessa campanha contra o sarampo, o ministério vai utilizar a vacina chamada Tríplice Viral, que protege também contra a rubéola e a caxumba. "Se a criança já foi vacinada, a dose vai servir como um reforço", destaca Jarbas. Diferente da vacina contra a Pólio, que com uma simples gotinha imuniza a criança, a Tríplice Viral é aplicada por meio de injeção. O secretário explica que quando se trata de uma dose oral, a vacinação pode ser realizada por um voluntário que não seja profissional de saúde. Já quando a vacina é injetável, como no caso do sarampo, a aplicação só pode ser feita por um profissional de saúde capacitado. "O principal objetivo do ministério em realizar essa etapa da campanha em 15 dias é reduzir as filas nos postos de saúde para que os pais não deixem de levar os filhos para receber a dose", afirma o secretário. O Ministério da Saúde vai fazer todo um trabalho de divulgação para explicar aos pais a importância da vacinação contra a pólio e contra o sarampo. A idéia é obter um bom comparecimento das crianças aos postos. A meta é atingir uma cobertura vacinal de 95% das crianças menores de 5 anos em todo o País. Nesta etapa, serão mobilizados menos profissionais de saúde do que de costume. "Nas campanhas contra a Pólio realizadas em um único dia, mobilizam-se mais pessoas de uma vez só. Dessa vez, vamos mobilizar um número menor de pessoas só que em um período maior de tempo", explica o secretário. Ao todo, serão distribuídas 26,3 milhões de doses da vacina contra a pólio e 20,1 milhões da Tríplice Viral. O recurso investido será de R$ 103,5 milhões. Epidemia - O último caso de poliomielite no Brasil foi registrado em 1989. Mesmo com a erradicação da doença, as campanhas continuam até hoje por medida de segurança. Assim como o sarampo, a pólio ainda está presente em outros países. São registrados casos da doença no Afeganistão, Egito, Índia, Niger, Nigéria, Paquistão e Somália. A importação de doenças é um risco real se não forem tomados os cuidados necessários. Em 1995, o Brasil já havia alcançado um bom nível de controle do sarampo. Na época, em alguns estados brasileiros, achava-se que não era preciso participar da campanha de vacinação contra a doença, o que levou a uma cobertura vacinal muito baixa. Como resultado, em 1996, houve a importação de casos de sarampo, vindos provavelmente da Itália, que levaram a uma epidemia em todo o País. Foram mais de 50 mil casos entre 1997 e 1998. A epidemia causou cerca de 60 mortes. Outro fator que levou à epidemia foi que a Campanha não foi realizada por muitos estados em 1995. "Hoje, a situação em relação ao sarampo está tranqüila, as pessoas só não podem duvidar da necessidade da vacina e correr o mesmo risco que em 1995", destaca o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Ele observa que, como todas as doenças preveníveis por vacinação estão em declínio, as pessoas tendem a subestimar o risco e achar que a vacina não é tão necessária. "Foi esse equívoco que levou a epidemia no Brasil em 1995 a matar cerca de 60 pessoas vítimas de sarampo", alerta Barbosa. Doenças podem ter conseqüências graves O sarampo e a poliomielite são consideradas duas das doenças mais graves na infância. Seus sintomas iniciais são parecidos. As pessoas infectadas pelos vírus causadores dessas doenças sentem, em sua maioria, febre alta, fadiga e dores de cabeça. No caso do sarampo, os pacientes têm ainda tosse intensa, coriza, conjuntivite e pele com placas ásperas avermelhadas. A poliomielite é uma doença altamente infecciosa provocada pelo poliovírus. É mais comum em crianças, mas também pode atacar adultos. A transmissão do vírus selvagem, causador da doença, acontece pela ingestão de água contaminada, normalmente em locais de condições sanitárias e de higiene precárias. A multiplicação ocorre no organismo da criança ou adulto que teve contato com essas fezes. Já o sarampo é causado pelo vírus conhecido como morbillivírus. Sua transmissão se dá por meio de gotículas de secreção respiratória e até mesmo o ar com o vírus ainda vivo pode disseminar a doença. Com um simples exame interno da bochecha é possível identificar pontos branco-amarelados que são característicos do sarampo. O diagnóstico sempre deve ser considerado por um exame de sangue. O tratamento do sarampo é voltado, na maioria das vezes, para a diminuição dos sintomas e para a prevenção das complicações. O sarampo é considerado a mais severa das chamadas doenças comuns da infância: complicações graves e morte ocorrem em até 3 em cada mil casos. "Em determinadas crianças, é uma doença muito séria, que pode levar a uma desnutrição grave", ressalta Jarbas Barbosa. "Por isso, quando se fala em prevenção, não se pode pensar no atual controle da doença, mas em como estaria a situação se o ministério não estivesse vacinando. Existem países, inclusive alguns desenvolvidos como o Japão, que tem até 100 mil casos de sarampo por ano", conclui. Atletas paraolímpicos dão exemplo de como vencer barreiras "Se o Brasil conseguiu erradicar a paralisia infantil, também pode fazer muito pelo esporte. Quando a gente quer, consegue". A frase é do atleta Cristovam Jaques Pereira. Jogador de tênis de mesa, ele é um dos membros da delegação brasileira que participará das Paraolimpíadas 2004. Cristovam, que foi vítima da pólio na infância, alerta os pais para que não deixem de vacinar seus filhos menores de 5 anos contra a doença. As Paraolimpíadas acontecerão em Atenas, na Grécia, de 17 a 28 de setembro. Elas são realizadas a cada quatro anos, sempre após as Olimpíadas e com a mesma estrutura. Este ano, participarão quatro mil atletas de 143 países, em 19 modalidades. Cristovam Jaques é um exemplo de que, com determinação e garra, vencem-se os obstáculos. Ele nasceu em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, há 40 anos. Com apenas 1 ano, contraiu paralisia infantil e perdeu os movimentos da perna esquerda e do braço direito. O esporte mudou a vida de Cristovam. Em um dia do ano de 1976, ele assistiu a uma partida de tênis de mesa no Sesc de Taguatinga. Nunca mais abandonou a modalidade. Cristovam carrega na bagagem títulos como o de vice-campeão Pan- Americano, vice-campeão Sul-Americano e a medalha de Bronze no Aberto dos Países Ibero-Americanos, de 2001, na Espanha. O pernambucano Wandemberg Nejaim do Nascimento, 20 anos, também participará das Paraolimpíadas, como integrante do time de basquete em cadeira de rodas. Ele foi vítima da pólio com apenas seis meses de idade e perdeu os movimentos da perna direita. Com 14 anos, um grupo de amigos o convidou para assistir a um treino da equipe ADM, em Recife. Resultado: Wandemberg entrou para o time. Em 2001, transferiu- se para São Paulo, a convite da equipe Águias da Cadeira de Roda. Vencedor de um campeonato brasileiro, de dois paulistas, de uma Copa do Mundo de Basquete e ganhador do Bronze no último Pan-Americano, Wandemberg acha essencial o apoio ao esporte. "É o patrocínio que permite que a gente treine em boas quadras e utilize bons equipamentos", afirma o atleta, que vive só do basquete. Wandemberg elogia o trabalho do Brasil em relação à saúde pública. "Graças a esse empenho, somos referência em áreas fundamentais como a vacinação contra a pólio e o combate à Aids". Cristovam Jaques, que se divide entre a atividade profissional de confeccionar faixas e cartazes e o tênis de mesa, também considera essencial o patrocínio a atletas. "O esporte é importante não só para os deficientes, como para toda a sociedade. O esporte pode tirar jovens e crianças do crime e das drogas", discursa. No Brasil, o apoio ao esporte está na lei. Desde julho de 2001, quando foi sancionada a Lei nº 10.264, as Loterias da Caixa Econômica Federal repassam 2% de sua arrecadação bruta ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). Dados da Gerência Nacional de Loterias da Caixa mostram que no primeiro semestre deste ano, foram repassados R$ 5,9 milhões para o CPB. No total, desde 2001, a instituição recebeu R$ 27,9 milhões em recursos provenientes das loterias. Fonte: Imagem do site 'http://www.angolapress-angop.ao/especiais/polio/imagens/foto01.jpg'
COMENTÁRIOS