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Denarium não tem nada de Getúlio Vargas


Nenhum governador do mundo queria está na pele de Antônio Denarium. Com três cassações no TSE prontas para julgamento, com pedido de afastamento aceito pela Assembleia Legistiva por inúmeras irregularidades relacionadas à corrupção com prevaricação, e desde semana passada, com a revelação de que teria prestado apoio a um acusado de matar a tiros um casal de produtores rurais, atendendo pedido do irmão do suposto assassino.

Como disse um advogado que acompanha de perto a política de Roraima, "por coisas assim (corrupção e assassinato cometido pelo chefe da sua segurança), Getúlio Vargas se suicidou". E é verdade. Getúlio saiu da vida e entrou para história confirmando o que havia dito, por apego ao poder, por se sentir injustiçado e por recusar renunciar, "só morto saio do Catete".

Claro que ninguém aqui quer que Denarium cometa qualquer besteira depois que o seu ex-chefe de segurança foi cúmplice de duplo assassinato, e revelou ao delegado João Evangelista (Homicídios) que o empresário Tiago Porto, que é muito próximo de Denarium, lhe garantiu que havia conversado com o governador sobre o assassinato cometido pelo seu irmão, Caio Porto, e que Denarium ligou para a delegada geral para que recebesse Tiago para tratarem sobre o caso.

NEGARAM - É claro que Denarium, Tiago Porto e a delegada geral negaram que houve qualquer conversa entre eles sobre os assassinatos no Cantá. 

Diante desse impasse, para se saber quem está falando a verdade e quem está mentindo, basta a PC quebrar os sigilos telefônicos dos apontados pelo capitão Helton John, em depoimento. Verificar a localização dos aparelhos, bem como checar imagens de arquivo de um evento que ocorreu no Palácio do Governo dois dias depois das mortes, em que Tiago Porto teria participado e ali, afirmado a Helton John que conversou com Denarium, e que este lhe garantiu apoio.

Difícil crer que, o comandante da PM não tenha relatado nada sobre as mortes no Cantá para o governador, já que o então chefe da sua segurança estava todo encrencado em não cumprir sua função de policial. Helton John agiu como cúmplice não prendendo Caio Porto, e o comandante da PM, coronel Miramilton Souza, teria ordenado um ato criminoso em mandar o capitão se desfazer do seu celular e ficar quieto.

OBSTRUÇÃO DE JUSTIÇA- Em suma, a cúpula da segurança do estado, bem como o próprio Denarium, foram acusados de prevaricação e obstrução de justiça. Em qualquer lugar do mundo em que o ministério público é sério e independente, todos os citados por Helton John seriam ouvidos oficialmente pela Polícia e por promotores de justiça.

E se necessário fosse, haveria acareações. Afinal, duas pessoas foram covardemente assassinadas por dinheiro, por um empresário próximo do governador. Governador que foi cassado três vezes pelo TRE por compra de votos com dinheiro público, que pode ser afastado acusado de corrupção, e agora, acusado de obstruir a justiça em caso de duplo assassinato.

Ainda bem que Denarium não tem nada de Getúlio Vargas.



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