Uma operação da Polícia Militar encontrou nesta quarta-feira (17) 204 galos na fazenda "Caçada Real", do ex-senador Telmário Mota, localizada na zona Rural de Boa Vista. No local, a PM também localizou um ringue, que possivelmente caracterizava uma rinha de galo. Ele está preso desde o fim do ano passado por suspeita de mandar matar a mãe da própria filha.
Os policiais estiveram na propriedade para combater o crime ambiental e verificar se os animais estavam sendo vítimas de maus-tratos. Ao chegar ao local, o caseiro da fazenda autorizou a entrada dos agentes.
Procurada, a esposa do ex-senador, Suzete Mota, apontada como responsável pela propriedade negou que tivessem galos de rinha no local e disse que os advogados irão adotar as medidas cabíveis, pois, segundo ela, a PM teria invadido a fazenda.
"Por se tratar de um criatório, o que temos lá são aves domesticas, como toda fazenda tem e, de exposição. O que ocorreu foi a invasão de minha residência (fazenda), cortaram a corrente e entraram sem ordem judicial ou autorização", disse.
Telmário Mota já respondeu a acusações de ter participado de uma rinha de galo em 2005, época em que ainda não era parlamentar, mas foi absolvido pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a fiscalização na fazenda, os policiais foram aos galinheiros e encontraram um ringue, um armário com buchas de treinamento para os galos, protetores de bicos, além de remédios e seringas, que segundo a PM "eram ministrados sem conhecimento técnico".
Os galinheiros estavam sem ventilação e as aves estavam com ferimentos nas asas, hematomas nas coxas e peitos, características de "prática de rinha de galo", segundo a PM. Também foram encontradas 44 esporas de plástico.
Um médico veterinário da PM esteve na propriedade e constatou os maus-tratos as aves. Os animais foram deixados na propriedade, mas sob a tutela do caseiro como fiel depositário.
A Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) lavrou um auto de infração ambiental pela prática de maus-tratos e apreendeu os materiais ilícitos, que também foram entregues para a Femarh.
Fonte: G1