- 26 de novembro de 2024
NÃO ESQUECI
Há exato uma semana encaminhei dois e-mails para a assessoria de imprensa do prefeito Arthur Henrique atrás de informações mais detalhadas sobre o aplicativo Tangerino, que vem controlando o batimento de ponto dos servidores, e sendo motivo de reclamações quanto a sua necessidade e suspeitas de produto superfaturado.
Em contato com uma servidora da assessoria do prefeito, encaminhei perguntas sobre o valor do aplicativo, qual empresa o criou, qual o CNPJ dessa empresa e se houve licitação pública para aquisição do aplicativo.
SUSPEITAS
Para minha surpresa, a assessoria de imprensa ignorou solenemente por completo meu pedido de informações, o que levanta a poeira de desconfiança de que, se não é falta de atenção da assessoria de Arthur, é algo proposital para que se dê corpo às denúncias internas feitas sobre o contrato que o prefeito mantém com empresas de TI, desde que ele teria sido indicado por uma delas para ser o secretário de Informática na gestão de Teresa por volta de 2014.
PODE SER, TAMBÉM
Há, também, a possibilidade de, simplesmente, Arthur querer que informações sobre superfaturamento ou não do Tangerino sejam abafadas.
DINHEIRO PARA EMPRESAS
APortanto, o silêncio da assessoria de Arthur, provoca suspeitas de que o aplicativo foi, sim, criado para se gerar receita para a empresa que o teria colocado na Prefeitura e o ajudado a ser indicado como substituto de Teresa. Isso não seria nenhuma surpresa em se tratando de gestão pública no Brasil.
MAIS PERGUNTAS
Perguntei, também: Qual a necessidade do Tangerino diante do batimento de ponto eletrônico que atende normalmente o funcionalismo?
Quanto custou esse aplicativo para que se possa fazer uma cotação de preços com outras empresas do mercado?
A empresa é a Ikon ou a DOC Segurity Serviços de Informática, pertencentes a parceiros de longas datas de Arthur Henrique e que em 2014, teriam feito lobby junto ao marido de Teresa, o empresário Marcelo Guimarães, que sempre mexeu com essa área de tecnologia da informação, para que Arthur fosse indicado para a secretaria de informática?
Houve licitação pública para o - de utilidade questionável - Tangerino fosse comprado?
PADRINHO
Cabe informar que, tanto dentro da PMBV como no meio político, Marcelo Guimarães é tido como o padrinho da indicação de Arthur para ser vice-prefeito e depois candidato de Teresa à sua sucessão.
INVASÃO DE PRIVACIDADE
Servidores da PMBV apontam que o Tangerino funciona como espécie de rastreador, e que mesmo desligado, informa todo o percurso percorrido por quem o instalou assim que o re-liga. Ou seja, é invasão de privacidade, já que, supostamente, um rastreador registra os locais por onde o servidor andou, seja em horário de trabalho ou não, seja dentro ou fora da Prefeitura.
MIMOSOS E EVANGÉLICOS
Arthur e dona Mimosa, se dizem evangélicos praticantes e tementes. Então, devem saber sobre o versículo de João 8-36, "a verdade vos libertará".
QUEM NÃO DEVE NADA...
Determinar que sua assessoria forneça informações é obrigação de todo prefeito. De todo prefeito que não tem rabo preso, que não pega propina e que age com seriedade e honestidade. Já os que têm algo a esconder, manda seus assessores ignorarem o trabalho da imprensa.
Por isso que acredito que o silêncio sobre o - de necessidade questionável - Tangerino não seja o caso de Arthur Henrique querer esconder algo, e sim, apenas uma desatenção de sua assessoria, não é?