- 26 de novembro de 2024
Para deputados e deputadas, mortes de bebês e dor de mães são menores que a política
No início de fevereiro passado, a maternidade de lona do governo de Antônio Denarium já tinha deixado morrer 40% mais bebês recém nascidos do que todo o ano passado. E só se tem notícia que apenas a deputada federal Helena Lima esteve visitando o local e que entrou com denúncia no Ministério Público Federal contra o descaso que causou tantas mortes.
Enquanto, isso, as cinco deputadas estaduais, todas mães, se limitaram a poucos ou quase nenhum comentário acerca da dor de outras mães e suas famílias com a mortes de bebês, com o fato de Denarium manter já há dois anos aquele toldo que ele chama de maternidade, cheio de fungos e bastérias impregnadas no pano de lona.
Os deputados que de dois dias pra cá vêm criticando a saúde do estado, o fazem movidos, coincidentemente, quando Sampaio das Diárias e Mecias de Jesus estão em guerra fria com o governador, e não porque estão indignados com tanto desleixo e com tantas denúncias de roubo de dinheiro público na Sesau.
Basta ver que as denúncias de roubo na Sesau ocorrem há anos e as mortes dos bebês aconteceram em janeiro e início de fevereiro passados, e só agora, um deputado que quer ser secretário de Saúde, o outro que a mãe havia sido exonerada, e mais um que é pau-mandado do milagreiro que critica agora porque é pau-mandado, se tocaram da realidade do caos na saúde pública de Roraima?
Na verdade, estamos vendo que os interesses políticos que, inevitavelmente envolvem dinheiro e poder, são mais tocantes para deputadas do que ver a dor de outra mãe em perder um filho recém nascido. E serve para deputados, fazerem política do toma-lá-dá-cá.