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ENTREVISTA - ANTÔNIO DENARIUM

Denarium diz que denúncias não são despercebidas


Denarium diz que "nenhuma denúncia feita em meu governo passa despercebida"
Em entrevista ao Fontebrasil, o governador Antônio Denarium, afirmou que  nenhuma denúncia de supostas irregularidades cometidas no seu governo passa despercebida por ele, em especial, as que recaem sobre a polêmica gestão de Cecília Lorezom, que há meses é destaque na imprensa ora por negligência administrativa em hospitais do estado, ora por efetuar contratos acusados de superfaturamento e com destinação certa.
Denarium, reconhece que "ainda faltam ações" para melhorar a saúde pública em Roraima, e destacou os feitos do seu governo que, segundo ele, quando assumiu, enfrentou "um verdadeiro "caos generalizado" em todos os setores do governo com o agravamento da migração venezuelana. Nessa entrevista, o assunto foi saúde pública, sobre o que o estado vem fazendo para reduzir o caos, e o cumprimento de promessas feitas na campanha de 2018 em que boa parte delas ainda não foi honrada, como a de acabar com as filas de atendimento e cirurgias em seis meses.

Na campanha de 2018, o senhor prometeu acabar com filas de atendimentos no HGR e melhorar a maternidade, o senhor acha que cumpriu a promessa, se não, o que faltou pra ser cumprida?
Não podemos ignorar que houve melhoras significativas na saúde estadual, mas também como é conhecimento de todos, assumimos um estado em total insolvência financeira, um caos que já acumulava. Por exemplo, folhas de pagamento com até 6 meses de atraso, apropriações indevidas de consignados, INSS, imposto de renda, greves generalizadas e greves em todas as áreas. Nossa primeira ação, ainda como interventor, em dezembro de 2018, foi normalizar o pagamento dos servidores e já em janeiro, já no cargo como governador eleito, fomos aos poucos redefinindo as prioridades deixadas pela gestão anterior. A saúde foi uma delas e priorizamos retomar obras e serviços totalmente paralisados, como foi o caso do novo HGR que depois de 13 anos foi entregue a população, com 120 leitos de enfermagem, 40 leitos de UTI e 10 centros cirúrgicos. E no ano passado entregamos o pronto atendimento e o pronto socorro. 
Buscamos dentro das nossas limitações e dificuldades fazer o melhor. Sabemos e temos humildade de saber que ainda precisamos melhorar, mas acredito termos evoluído em diversas frentes na saúde, mesmo que tenhamos vivido o pico da migração venezuelana, duas ondas da pandemia da Covid-19 e o caos financeiro vivido por Roraima.
Vamos continuar trabalhando por uma saúde melhor para a nossa população. 

A demanda alta na saúde devido migração é um fato que mostra que falta ampliação tanto de espaços físicos como de pessoal para atender um volume de pacientes que aumentou consideravelmente, o que governo está fazendo nesse sentido?
Como me posicionei no questionamento anterior, estamos trabalhando para dar um saúde de melhor qualidade, mas é importante destacar que o Governo do Estado, desde a gestão anterior vem tentando o ressarcimento junto ao governo federal de mais de meio bilhão de reais, em valores atualizados, de despesas feitas com a migração e que poderiam estar sendo usado na ampliação do número de leitos das unidades estaduais. 
Segundo dados da Operação Acolhida, já deram entrada em Roraima, mais de 815 mil venezuelanos, números oficiais do exército brasileiro, porém como temos uma fronteira seca esse número, com certeza, supera um milhão de venezuelanos e desses, segundo o IBGE já compõem a população de Roraima um total de 115 mil venezuelanos morando no estado.   
Estamos, com ação pro ativa na saúde recuperando todas as unidades estaduais e buscando recursos para a construção de um segundo bloco nos mesmos moldes do novo HGR para suprir essa demanda e o crescimento do estado de Roraima.
Como informação complementar, o estado hoje, segundo o IBGE, conta com uma população de 750 mil habitantes, e essa população era prevista apenas para o ano de 2032, o que facilmente explica a saturação no atendimento de saúde, educação e segurança nas esferas estadual e municipal. 

Como o senhor recebe e trata as reclamações de má gestão na SESAU, do número de mortes de crianças na maternidade já ser 40% maior que todo o ano passado, e de denúncias contra a secretária de Saúde de pratica de irregularidades?
Em primeiro lugar quero deixar claro que nenhuma denúncia feita em meu governo passa despercebida, tenho a preocupação e o zelo com o bem público, tanto que em menos de três anos saímos da Nota D de pior pagador de compromissos do Brasil para Nota A, segundo Ministério da Economia e Tesouro Nacional, posição repetida no ano de 2022. 
Em relação a taxa de mortalidade infantil em Roraima, é importante destacar que esse crescimento se deu graças ao número de mortes ocorridos na área Yanomami e que os números que temos tanto da maternidade Nossa Senhora de Nazareth como do próprio hospital infantil, demonstram claramente uma queda na mortalidade, sendo elevada pela especificidade do momento vivido pelo povo Yanomami que junto com o governo federal estamos buscando soluções definitivas. 
Como exemplo, tivemos no ano de 2022, em janeiro e fevereiro, 2039 partos, com o óbito de 17 crianças, já em 2023 no mesmo período já tivemos 4.082 com o óbito de 19 crianças, ou seja, mesmo com o aumento de 100% do números partos, tivemos a redução no índice de mortalidade dentro da unidade estadual de saúde. 
Outro dado relevante é de que a cada 3 horas, nasce uma criança de mãe venezuelana.
Em números podemos destacar que o serviço estadual de saúde já efetuou mais de 50 mil atendimentos de venezuelanos e 27 mil atendimentos de indígenas nos últimos 4 anos, o que explica facilmente o estrangulamento de algumas frentes de saúde. 
No caso de partos, do início da crise migratória até o fim de 2022 os partos em mães venezuelanas cresceram mais de 800%.
Com relação às denúncias de irregularidades já autorizei todos os serviços de controle e investigação proceder o que for necessário para apurar toda e qualquer denúncia, restabelecer a verdade e punir quem estiver em conduta arbitrária e indevida.

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