- 26 de novembro de 2024
Uma adorinha só não faz verão
Desde que estourou a crise da saída de garimpeiros das áreas de mineração em terras indígenas que senadores e deputados federais de Roraima têm manifestado preocupações e cobranças ao governo federal para que ações assistenciais aos garimpeiros e de compensações ao estado, sejam efetivadas.
Mas a coisa está muito atabalhoada. Um deputado fala isso, o outro defende aquilo, um senador vai sozinho à reserva e ao garimpo - onde supostamente o seu irmão tem máquinas alugadas -, o outro se esconde acusado de pedir propina porque controla o Dsei Yanomami, e ninguém se toca para o termo "bancada" e sua importância.
Já passou do tempo para que os oito deputados federais e os três senadores se reúnam e definam um pauta conjunta do estado diante da grave crise econômica e social que já chegou, e que somada à outra crise, a migratória venezuelana, enterra ainda mais Roraima num caos social.
Só lembrando à bancada: dois meses depois de perder a eleição, Romero Jucá, líder do governo Temer, liberou R$ 230 milhões sozinho para que os dois meses de salários atrasados, o de dezembro e o 13º de 2018 fossem pagos. Antônio Denarium é testemunha disso.
Em 2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o governo federal pague compensação ao estado de Roraima pelo prejuízo com a migração venezuelana, e mesmo com um governador bolsonarista de carteirinha e todos os senadoes e deputados federais apoiadores do ex-presidente, até hoje mais de R$ 200 milhões para o estado não foram pagos pela União. Como é que a bancada passada não conseguiu liberar esse dinheiro?
Está aí, uma missão para deputados e senadores atuarem em conjunto, liberar esses mais de R$ 200 milhões, além da apresentar um termo de compromisso em que ministérios sociais assinem o cumprimento das reivindicações feitas para que o estado enfrente a crise econômica-social em que o aumento da violência, do tráfico de drogas, dos assaltos e roubos vão passar a ser a realidade de Roraima.
O primeiro passo para isso, é deputados e senadores pararem de correr sozinhos em ministérios, se reunirem, definirem uma pauta objetiva e a entregarem juntos ao governo. Já diz o ditado popular: uma andorinha só não faz verão. A que Roraima tinha, está sem mandcato.