- 26 de novembro de 2024
A verdade que precisa ser ouvida e atendida
Que me permita o meio político roraimense que defende o garimpo legalizado ou o criminoso em áreas indígenas pelo exemplo que vou citar aqui do que o garimpo faz: a tragédia de São Sebastiao no litoral paulista aconteceu porque a natureza foi afetada pelo homem ocupando áreas impróprias com a conivência do poder público.
Conivência de vereadores e prefeitos que não queriam perder votos naquela região e deixaram que áreas ambientais fossem ocupadas. Áreas em que boa parte do solo não tem mais que dois metros de terra sobre uma grande rocha que, com a alteração do solo pelas construções de casas, ruas, encanamentos, e fortes chuvas - a natureza agindo independente - colocaram terra morro abaixo e mais de 60 mortes até agora.
Que o meio político, onde tenho amigos, leia e ouça a verdade que tem que ser ouvida e atendida: todo tipo de garimpo é prejudicial ao meio ambiente. Todo! Mas cedo ou mais tarde essa conta chega, e quando chega, chega com mortes parecido ao que aconteceu em São Sebastião.
Com garimpo, primeiro, morrem peças do ecossistema como matas e rios pelo desmatamento e pela contaminação por mercúrio e outros produtos; produzem-se criação de mosquitos e geração de bactérias que matam peixes que matam pessoas. Gera-se maior desequilíbrio ambiental e climático. E o que é vida, vira morte com rios, repito, contaminados e poluídos.
O garimpo, portanto, gera a morte de índígenas e de suas culturas que vivem da mata e de seus rios.
Nesses anos todos de garimpo ilegal em Roraima, o estado não arrecadou nada. Menos de 20% do que foi obtido destruindo o meio ambiente e causando todo dano que será cobrado com juros das próximas gerações, chegaram aos bolsos dos garimpeiros, enquanto mais de 80% do ouro extraído enriqueceram empresários, políticos e parentes de políticos que nunca pagaram impostos.
É falácia pura defender garimpo com morte de rios, peixes, animais, florestas, e consequentemente, de indígenas para que uma dezena de empresários, políticos e parentes de políticos fiquem cada vez mais ricos, enquanto 30 mil garimpeiros tiram apenas para sustento de suas famílias ou de seus prazeres por curtíssimo tempo.
Roraima tem que pensar e agir como crescer sem o garimpo, com ele fora dos planos, porque nunca se terá garimpo legalizado em áreas indígenas e ambientais, porque é uma política enganadora de geração de renda e empregos onde, repito, só uma dezena de pessoas se dá bem, e 30 mil vivem vida desgraçada na mata, destruindo o meio ambiente para apenas colocar o que comer dentro de casa.
Não é possível que o estado e a classe política continuem sendo incompetentes em não encontrar outro meio para se gerar o tão desejado desenvolvimento que se anuncia há 30 anos, e nada.
Houve grande renovação na Câmara dos Deputados e se espera dalí melhor atuação. No Senado, lamentavelmente, dois senadores estão envolvidos até o pescoço com rolos com a saúde indígena e garimpo em terras indígenas.
O senador que sobra, se mostra mouco em não ouvir que o estado tem que ter outro rumo para geração de empregos, renda e riqueza. Faltam-lhe propostas. Como faltam ao governo e demais meio político, ouvir a verdade que precisa ser atendida.