00:00:00

POLÊMICA

Ex-parlamentares discordam de Pastor Diniz


Ex-parlamentares discordam de Pastor Diniz

As declarações do deputado Pastor Diniz de que faltou às bancadas anteriores encontrarem alternativas de desenvolvimento e de geração de emprego e renda para Roraima, deixando assim a economia do estado, em parte, dependente do garimpo, gerou discordância de ex-parlamentares.

Diniz aponta que não houve a criação de nenhuma matriz geradora de emprego e renda no estado, apesar das potencialidades no turismo e na criação de indústrias que empregassem, por exemplo, mão-de-obra nos setores de confecções, madeireiro, do artesanato, da fabricação de popas, geléias e doces de frutas, e em inúmeras outras áreas geradoras de emprego e renda.

Para o ex-deputado Márcio Junqueira, Pastor Diniz, "demonstra desconhecer a história de Roraima quanto à ausência de uma matriz  de desenvolvimento. E essa ausência vem da década de 1980 quando Roraima poderia ter construído a hidrelétrica de Cotingo, com base em todo um estado feito no primeiro governo de Ottomar Pinto - então Território Federal -, e não foi construída porque Getúlio Cruz, para não dar nome a uma projeto de Ottomar, inventou a hidréletrica do Paredão, que só consumiu rios e rios de dinheiro do povo brasileiro e nada foi feito", comentou.

Segundo Junqueira, até hoje Roraima pena por falta de energia elétrica confiável que leve indústrias e empresas para o estado, apesar de, há quatro anos, no íncio do governo Bolsonaro, o então presidente ter reunido o Conselho de Segurança Nacional e aprovado que a construção do Linhão de Tucuruí até Boa Vista era questão de segurança nacional.

"Até hoje, nenhum poste do linhão foi construído. Como cobrar uma alternativa ao garimpo se Roraima ainda continua vivendo sob constantes quedas de energia elétrica, e mais, se há pouco anos, é que terras passaram a ser tituladas?", questiona Junqueira.

De acordo com o ex-deputado, caberia, primeiramente, aos governos que passaram pelo estado terem aplicado uma política de geração de emprego e de desenvolvimento. "Jogar responabilidade para as bancadas passadas pelo atraso do estado é desconhecer a nossa história", concluiu.

Outro ex-parlamentar que discorda de Pastor Diniz é o ex-senador Telmário Mota. "Ele (Pastor Diniz) não sabe da realidade de Roraima. Os entraves ao desenvolvimento do estado só há pouco tempo foram derrubados. A falta de titulação das terras foi o maior empecilho junto com a questão energética que até hoje impede que Roraima tenha indústrias. Muita madeira, por exemplo, foi apreendida no setor madeireiro porque se alegava que o produto era oriundo de terras da União. Então, como desenvolver esse setor?", questionou.

Para Telmário, o governo federal tornou Roraima mais pobre quando não realizou as compensações necessárias como 46% da área do estado para reservas indígenas, onde não se pode produzir nada; o acolhimento aos venezuelanos que também não teve compensação aos prejuízos que Roraima teve e tem. "O governo federal não compensou o estado pelo o que o estado contribuiu para o país", concluiu.

Bem direto e objetivo, o ex-senador Romero Jucá disse que a bancada que "falhou" foi a que estava durante o governo Bolsonaro.  "Foi nesse período que os garimpeiros invadiram o estado com o apoio do governador Denarium e da maioria da bancada federal."

Romero Jucá ressaltou que "antes de Bolsonaro não existia aquela situação terrível que resultou nos danos que Roraima sofre hoje. E é dessa bancada eleita com Bolsonaro, que nos últimos quatro anos o Mecias comandou o Dsei Yanomami que recebeu mais de R$ 200 milhões. Para onde foi esse dinheiro?", questionou.

Últimas Postagens