- 26 de novembro de 2024
Deputados rejeitam radicalismo e afirmam apoio a interesses de Roraima
A bancada federal em Brasília foi eleita se dizendo bolsonarista e fazendo críticas pesadas contra o então adversário de Jair Bolsonaro, como "presidiário", "nove dedos", e que Lula representava o retorno da corrupção ao país.
Mas, Lula venceu a eleição. E agora, deputados federais e senadores de Roraima estão no dilema de se manterem fiéis aos apelos dos eleitores bolsonaristas no estado - uma maioria de 70% do eleitorado que quer oposição ferrenha ao presidente e ao PT -, ou de enfrentarem a realidade e mostrarem ao eleitor que o estado precisa totalmente do governo federal e não pode se dar ao luxo de não buscar entendimento com o Planalto.
"Posicionamentos políticos-partidários não podem estar acima dos interesses da população do estado. Então, independente de quem for o presidente do país, eu vou trabalhar para que mais recursos - sejam de emendas parlamentares, sejam de convênios, sejam de articulação política - cheguem a Roraima", comentou o deputado Duda Ramos (MDB).
Segundo ele, "a política é a convivência entre contrários. Mas isso não significa que apoiarei toda e qualquer matéria do governo, do mesmo modo que jamais farei oposição sem sentido. Esse radicalismo não pode atrapalhar a melhoria de vida das pessoas", concluiu Duda.
Outro que diz priorizar o estado é o deputado Albuquerque, do Republicanos: "Minha posição será sempre a favor do povo de Roraima e do Brasil. Temos um novo governo e precisamos trabalhar de forma harmônica para que nosso estado não seja prejudicado. A democracia deve prevalecer acima de tudo e a pacificação do país é necessária para melhorar a vida de todos", defendeu.
"Acredito que o momento exige muita responsabilidade, equilíbrio e um esforço conjunto de todos. E assim, pretendo conduzir meu mandato, com independência, espírito público, diálogo e boa articulação. Se não tivermos comunicação com o governo federal, fica muito difícil avançar nas pautas do nosso estado e realizar o que a população espera", disse o deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR).
"Vou tocar o meu mandato com muita responsabilidade, sem negociar meus valores que são caros pra mim como cristão", disse o deputado Pastor Diniz, se referindo a pautas ideológicas.
"Porém, o estado de Roraima, onde nasci, precisa e muito do governo federal. Então, vou abrir diálogo o tempo todo, tratando de pautas gerais que dizem respeito à Educação, Saúde, Segurança, Infraestrutura, e às questões indígenas. Preciso ser responsável e quando for para o bem da Nação e de Roraima, assim, não tenho porque me opor (ao governo federal)", afirmou Diniz, acrescentando que no futuro fará oposição de forma madura, "sabendo que estou fazendo e não como um bravateiro", finalizou.