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CRISE GRAVE

Fim do garimpo preocupa empresários


Fim do garimpo preocupa empresários que, também, defendem compensação do Planalto

A preocupação com a perspectiva de grave crise social e econômica em Roraima com o fim do garimpo, manifestada ontem pelo deputado Duda Ramos, e a sugestão dele para que o governo federal compense o estado com projetos de desenvolvimento e assistência social, foi compartilhada hoje por empresários do estado, que consideram a questão do garimpo muito complexa e que causou dependência financeira em mais de 50 mil pessoas.

"Parte do nosso faturamento em 2022 veio de garimpeiros que investiram na construção de imóveis de alto padrão. No entanto, temos que reconhecer que nossa mão-de-obra, na maioria, não tem qualificação profissional, com isso, por exemplo, um pedreiro não se conforma em ganhar 150 reais a diária, e prefere ir para o garimpo buscar melhoria financeira e quando retorna na maioria das vezes vem derrotado, doente e já é mais um na fila do SUS que não funciona devido à falta de consciência dos políticos", criticou a empresária Cida Gomes.

Ela acredita que se houvesse um plano emergencial para harmonizar garimpo/meio ambiente/saúde e segurança, com destinação de recursos para programas nessas áreas, como compensação, "talvez saíssemos do caos que já se coloca no cenário". 

A empresária usa um termo bem forte caso uma compensação não seja promovida a tempo antes que empresas e lojas fechem, e demissões ocorram em todo o mercado: "Roraima estará falido em poucos meses."

O ex-deputado federal e empresário, Raul Lima, diz que fechando o garimpo, Roraima estará condenado a ser um estado baseado na economia do poder público, a velha economia do contra-cheque. "Ocorre que não há cargos para toda essa gente nas prefeituras e no governo estadual, muita gente ficará na rua, sem emprego e sem ter como gerar renda."

Para Raul Lima, apesar do agro-negócio ter crescido no estado, ele não gera empregos e renda como o garimpo. Então, o caminho seria o de se explorar a casseterita, porém, é mais longo no que tange a resultados econômicos.

"A questão de urgência com o fechamento do garimpo", e acrescentou, que uma compensação para o estado só serviria de fato se houvesse fiscalizaçaõ rigorosa na sua aplicação.

O empresário Roberto Bonfim é outro que confirma que haverá uma crise séria em Roraima e que toda e qualquer forma de compensação para o estado será necessária. "Porém, o problema é como toda essa ajuda, irá chegar na ponta, no desempregado, no pequeno empresário, e para quem queira empreender?", questionou.

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