- 09 de dezembro de 2024
Como comemorar?
O governo de Roraima vive "complexo de auto-Goebbels". O estado completa 31 anos de criação e vem Antônio Denarium falar que há muito o que se comemorar. Mas comemorar com o Hospital Geral e Maternidade Pública em meio a um caos generalizado em que pacientes se acumulam nos corredores, remédios faltam, médicos não dão conta de atender a contento?
Comemorar com a segurança pública em que o "tribunal de crime" e suas decapitações quase que semanais são o espelho da insegurança que o roraimense vive?
Dar pulos de alegria com estradas e pontes em vicinais intrafegáveis?
Bater palmas para o toma-lá-dá-cá na criação de cargos na Secretaria de Infraestrutura para que os deputados estaduais da recém formada base política na ALE possa indicar correligionários?
Elogiar o fechamento de duas escolas?
Comemorar o não pagamento do Crédito Social?
Repetição de mentira
Só pode ser "complexo de auto-Goebbels", onde Antônio Denarium afirma que "o estado tem muito o que comemorar" diante dessa realidade citada acima. Joseph Goebbels foi ministro da Propaganda Nazista de Hitler. Ele é autor da frase "uma mentira repetida mil vezes, torna-se uma verdade".
Constatação
No caso de Denarium, é só constatação de que, ou ele se auto-engana ou seus assessores o enganam. O povo, esse que vive toda essa situação preocupante, ou que tem conhecimento pela imprensa e pelas redes sociais, não se deixa enganar, não, com essa presepada de que "o estado tem muito o que comemorar".
Até quando
O que mudou na vida do roraimense de um ano pra cá é a desilusão com o voto que de mudança que deu. Na vida do servidor público, o salário está sendo pago sem atrasos, mas isso é dever e obrigação do governo, e não um benefício ou favor. E pagamento sem atrasos até quando, haja vista que há comentários que o governo não anda pagando despesas oficiais que deveria saldar, e que quando retornar a saldá-las, o pagamento do funcionalismo poderá ser comprometido?
Posteridade
Marcelo Guimarães e Luciana Surita, marido e filha da prefeita Teresa Surita,homenageados pela Câmara Municipal com os títulos de cidadãos boa-vistenses. Na foto, também, a matriarca Aurélia Surita.
Católicos desprestigiados
Ao anunciar que não irá ao Vaticano para evento de canonização de Irmã Dulce, como a primeira santa brasileira, Jair Bolsonaro, desprestigia todo o eleitorado católico, incluindo aí, os católicos que votaram nele.
"Abestado"
Há quatro anos, um "abestado" - como diria o comediante Tiririca - sujou a Boa Vista com milhares de panfletos afirmando que ele e Dilma tinham reiniciado as obras de construção do Linhão de Tucuruí. O tempo mostrou que Tiririca estaria certo caso chamasse de "abestado" quem divulgou essa presepada querendo enrolar o povo.
Nécas de pitibiriba
Há cinco meses, a mesma figura sem noção, foi a Caracas conversar com Nicolas Maduro para reabrir a fronteira que estava fechada, e trabalhar o retorno do fornecimento de energia de Guri para o estado. Resultado: milhares de venezuelanos voltaram a entrar com mais força em Roraima, e necás da pitibiriba da energia de Guri. A própria Venezuela vive há meses com racionamento de energia.
Termelétricas é que salvam
Presepadas e bravatas à parte, hoje, véspera do estado completar 31 anos, o fornecimento de energia elétrica, em especial em Boa Vista, se deve às usinas termelétricas tão criticadas na campanha eleitoral do ano passado. É de se refletir que, sem essa fonte, a situação seria dramática para a sociedade que vive há anos sendo enganada com falsas promessas de que a problemática energética de Roraima será resolvida. Mas isso, só da boca fora.
Reflexão
Independente de custo e de acusações sem qualquer prova, o importante é que a energia elétrica está sendo fornecida aos lares, empresas e instituições do estado, e isso se deve ao trabalho de quem foi duramente criticado na eleição passada.
Se hoje há fonte de energia que abastece o estado, isso não se deve a nenhum bravateiro, a nenhum presepeiro, e nem a quaquer abestado, como diria Tiririca.
Por mais mutirões, por mais justiça
É digno de elogios o programa ConciliaRR, do Tribunal de Justiça, que durante todo o mês de outubro terá como meta superar o índice de 13% referentes a conciliações no estado, facilitando as partes com realização de acordos judiciais.
Mutirões desses no Judiciário brasileiro deveriam ocorrer com mais frequência, quem sabe assim, deixemos de ter vergonha alheia de ler uma carta parabenizando uma ministra do Supremo Tribunal Federal, pela demora em não julgar um caso protocolado há 11 anos, por um idoso de 80 anos que veio a falecer na semana passada.
As advogadas Lilian Soares e Maria Emília Valli defendiam Celmar Lopes, servidor aposentado da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que pleiteava, assim como outros ex-servidores, o reajuste de 28,8% na sua aposentadoria. Morreu sem ter seu processo julgado.
Na carta à ministra Rosa Weber, que tinha o processo do aposentado nas mãos, as advogadas ironizaram a leniência dela. “Parabéns, ministra, pela demora”. “Informamos que as pompas fúnebres foram singelas, sem as lagostas e os vinhos finos que nossos impostos suportam”, e que bancam coquetéis dos ministros.
Se por um lado, a leniência da justiça é cruel com aposentado de 80 anos, por outro lado, essa demora em julgar beneficia outros. Telmário Mota foi preso em uma rinha de galos em 2007, e respondeu processo acusado de apologia ao crime e formação de quadrilha. O crime prescreveu em 2015 sem que Telmário tenha sido julgado. E ele teve a cara-de-pau de divulgar que o Supremo o inocentou, quando na realidade, a demora da justiça o beneficiou sem julgamento.
O Judiciário, como um todo, deveria realizar mutirões não só para julgar processos que prejudicam os justos, mas que também beneficiam gente que maltrata animais, e gente que desvia dinheiro público. Isso seria um passo importante para que a sociedade passasse a acreditar que a justiça é pra todos.