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EDITORIAL

O PTB e o rumo dos ventos


  O PTB, por meio de seu presidente, ex-deputado Roberto Jefferson, posa   de mola propulsora da moralização do País. Bonito, não? O partido de Jefferson prega aos quatro ventos a viabilidade do projeto que alija do pleito de 2010 – e dos demais – qualquer político que tenha se lambuzado com falcatrua. 
 

Para o PTB, se o “fulano” responde a processo na Justiça, embora ainda não tenha sido condenado, não pode disputar as eleições. Por um lado, isso é louvável, vez que entraria na política somente aquelas pessoas que, ao longo da vida, tenham se mantido nos trilhos, demonstrando vida ilibada. 
 

Por outro, a ideia não se sustenta, visto esbarrar em direito constitucional lídimo, próprio das democracias. A florescer a ideia petebista, o País estaria pondo pá de cal na máxima constitucional que prevê que deve ser concedido a qualquer cidadão o benefício da dúvida. Ninguém pode ser considerado culpado antes de se ver processado e condenado em última instância. 
 

Em Roraima, o partido que tem Mozarildo Cavalcanti como possível candidato a mandatário-mor do Estado, faz oposição acirrada ao governador Anchieta Júnior e namora – escancaradamente – a possibilidade de apoiar o deputado federal e ex-governador Neudo Campos ao mesmo cargo. 
 

Justamente Neudo, um político que detém o título de campeão nacional quando o ranking é inquéritos e processos a responder no Supremo Tribunal Federal (STF). Pode? O presidente do partido parece pregar: "Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço". 
 

Roberto Jefferson, o presidente da tropa de choque do “impeachado” Fernando Collor, lembram?, não tem direito sequer de pensar em participar dos próximos pleitos. Seu passado o condena. Foi cassado pelo imbróglio do mensalão, perdendo, assim, os direitos políticos. O motivo? Falcatrua da grossa com dinheiro público. Deu sumiço a R$ 4 milhões entregues a ele pelo PT de forma não muito convencional. 
 

Como um ser humano desses, com um currículo tão sofrível, poderia falar de ética na política? Não cabe dúvida que nas lides políticas as conveniências são algo muito poderoso, podendo até mudar o rumo dos ventos. 
 

Para ser mais coerente, ao invés de apoiar Neudo, o PTB poderia aproveitar esses ventos-norte e lançar de vez o senador Mozarildo Cavalcanti ao cargo de governador. Afinal, desde o início do ano ele vem articulando essa posse.

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