00:00:00

EDITORIAL

A volubilidade e os políticos


A volubilidade e os políticos

Que a política é dinâmica não cabe dúvida. Esse axioma é comprovado no dia a dia. Já está, portanto, sacramentado no inconsciente coletivo que a política muda como as nuvens no céu. Você olha, elas estão de um jeito. Piscou, já vê que estão de outro. 

É também verdade que essa característica, que geralmente passa como algo natural, recai como luva quando o objetivo é escamotear a sem-vergonhice, o fisiologismo, a promiscuidade, atributos inerentes a quem tem como objetivo de vida fazer política com “p” minúsculo.

Em Roraima, exemplos dessa prática nada recomendável, que visa satisfazer mais as conveniências pessoais que o ideário altruísta do bem servir à sociedade, são visíveis a cada período eleitoral. 

Todos lembram que em 2002 dividiam o mesmo palanque Flamarion Portela (então PSL), Mozarildo Cavalcanti (PTB), Neudo Campos (PP), Getúlio Cruz (?), Augusto Botelho (então PDT) e Mecias de Jesus (então PSL). O adversário era a dupla Ottomar Pinto (PSDB) e Romero Jucá (PMDB), que marchavam juntos.

Exatamente dois anos depois, com exceção de Flamarion, todos passaram a engrossar o pelotão de choque que formava a base governista do velho brigadeiro Ottomar Pinto. Em 2006, Mozarildo, Neudo e Mecias eram só elogios e louvação a Ottomar e Anchieta Júnior, enquanto Jucá atacava a dupla com as mais ácidas críticas.

Para este período eleitoral, os três – Mozarildo, Neudo e Mecias – afirmam convicção em fazer oposição a Anchieta. Este, por sua vez, é hoje unha e carne com seu opositor de então, Romero Jucá. Tal deserto de coerência política é ou não capaz de dar um nó na cabeça de qualquer eleitor desavisado?

Como acreditar nas palavras e elogios de um para o outro, que num momento dá as melhores referências de um candidato e, noutro, é só críticas e agressões? Como acreditar quando afirmam a disposição de fazer um bom trabalho se, na prática, agem como se o eleitorado fosse formado por ignorantes? 

Por serem altamente volúveis, demonstram que sofrem de amnésia crônica ou algo mais grave. Por outra, seriam os políticos presas fáceis de enganar, a ponto de em uma eleição estarem a favor de A contra B e já na próxima, jurando amor eterno a B contra A?

Não à toa, esses que assim agem fazem parte da categoria "políticos macacos". Vivem pulando de galho em galho. O que menos lhes interessa é a ideologia partidária. Para eles, não há muro alto que não possa ser escalado. Bastam as nuvens se movimentarem. Até quando?

\"\"

Últimas Postagens