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Racionamento de energia

Angela cobra agilidade da Eletronorte


Angela cobra agilidade da Eletronorte

Em pronunciamento na tribuna da Câmara Federal, a deputada Ângela Portela (PT), cobrou agilidade nas medidas adotadas pela Eletronorte para evitar um apagão em Roraima devido à crise energética na Venezuela. Ela destacou que a estatal tem conhecimento do problema venezuelano desde o ano passado, mas até agora não anunciou um plano para evitar transtornos aos roraimenses.

“Nos últimos meses só aumentou a expectativa de um apagão energético em Roraima e, no mesmo período, não percebemos as medidas necessárias para evitar transtornos à população”. Ela lembrou que em setembro do ano passado esteve reunida com a direção da Eletronorte para conhecer melhor os projetos para diversificar as fontes de energia que abastecem Roraima.

“Naquele momento a estatal já tinha conhecimento da crise de abastecimento na Venezuela, da escassez de água nos reservatórios, inclusive em Guri, dos racionamentos nas maiores cidades daquele país e dos planos de contingência que estavam sendo adotados. O que pareceu estranho foi a confiança da Eletronorte em garantir que não haveria problemas com o abastecimento em Roraima. Afirmação, aliás, que foi difundida na imprensa nos últimos dois meses, muito embora a realidade apontasse para outra direção”, afirmou a parlamentar.

Ela lembrou ainda que no final do ano passado o governo da Venezuela anunciou que reduziria em 20% a oferta de energia para Roraima em janeiro e mais 20% em fevereiro e que mais uma vez a Eletronorte anunciou que não haveria racionamento, que um plano de contingência seria implantado, a usina térmica de Floresta seria religada e o abastecimento seria mantido nos atuais 110 megawatts.

“Apesar disso, se algo foi feito, não o foi com a agilidade necessária para a gravidade da situação. No próximo dia 11 a Venezuela vai cortar mais 20 megawatts e a Eletronorte não vislumbrou como ou quando vai contratar o Produtor Independente de Energia para suprir esta carência. É praticamente certo que haverá racionamentos”, alertou Ângela Portela.

De acordo com a deputada, este corte promovido pela Venezuela já era anunciado e esperado.  “O que é surpresa é que nada tenha sido feito para encontrar uma solução alternativa e imediata”.  Segundo ela, mesmo que outros projetos estejam sendo analisados para garantir uma fonte alternativa de geração de energia, todos eles só serão alcançados no longo prazo, com a construção de novas linhas de transmissão ou de novas unidades geradoras. “Enquanto isso, a população de Roraima já sabe que, a partir da próxima semana, terá que se virar com apenas metade da energia necessária”.
 
A deputada elogiou a iniciativa da Eletrobrás de fazer a conexão de Boa Vista com Manaus, que nos próximos anos estará ligada à Usina de Tucuruí, no Pará. “É um projeto grandioso que dará ao Brasil, inclusive, a capacidade de vender energia para os venezuelanos na eventualidade de a atual crise se repetir. Mas não resolve o problema atual. O que queremos saber, neste momento, é como a Eletronorte vai garantir o fornecimento dos 40 megawatts suprimidos pelo governo venezuelano. Já sabemos que a usina térmica de Boa Vista não será suficiente”.

Um racionamento prolongado em Boa Vista, na opinião de Ângela Portela, demonstraria, de forma inequívoca, a falta de planejamento de todos os setores responsáveis por esse serviço público essencial ao bem estar da população. “Continuamos trabalhando para que Roraima seja interligado ao sistema nacional. Esperamos que a atual crise agilize os entendimentos para que seja feita também a linha de transmissão de Manaus até Boa Vista. Se não vai resolver o problema atual, pelo menos será a garantia de que, no futuro, não ficaremos mais uma vez à mercê dos problemas de geração em outro país”, destacou.
 

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