- 21 de outubro de 2024
Ano de 2010 deve ser de
expansão no setor de franquias
Segundo o Sebrae, o número de micro e pequenas empresas no Brasil vem crescendo a uma taxa anual média de 5%. Uma oportunidade para quem que abrir o próprio negócio.
Ficar de olho no caixa, na cozinha, viver na correria era tudo que a empresária Elisabete Moreira sempre quis. Ela deixou o emprego em uma luxuosa joalheria de São Paulo para tocar o próprio restaurante: “Eu tenho muitos clientes, a marca é solidificada no mercado”.
A mudança de vida foi no meio do ano passado, depois de um semestre ruim no trabalho por causa das incertezas na economia. Se arriscar valeu a pena.
“No segundo semestre de 2010 pretendemos abrir outra loja”, planeja a empresária Elisabete Moreira.
A vontade de ter a própria empresa e se sentir no controle da situação aumentou por causa da convicção de que a crise econômica é coisa do ano passado. Para 2010, a expectativa é que aumente o número de empreendedores se lançando no mercado. Os novos negócios devem se concentrar em dois setores: comércio e serviços. É o que diz um estudo do Sebrae de São Paulo.
A projeção é que o país encerre o ano com 6,8 milhões de micro e pequenas empresas.
“Se a economia cresce em torno de 5%, os pequenos negócios crescem de 6% a 7%, porque as pessoas, ao ler revistas, ver TV, examinar revistas especializadas acreditam que há uma boa oportunidade e acabam tentando fazer os seus investimentos contando com essa oportunidade”, explica o diretor financeiro do Sebrae-SP Milton Dallari.
Parte das pessoas que seguem por esse caminho escolhe um modelo já testado: abre uma franquia. Segundo a associação do setor, nesse ano devem ser inaugurados cinco mil novos pontos de venda em todo o país. Pelos menos 25 deles serão de uma rede de lavanderias. Mas o gerente de expansão da empresa, José Ventura, diz que o futuro dono precisa arregaçar as mangas.
“Às vezes a pessoa pensa que abre uma franquia e não precisa trabalhar. Precisa trabalhar e mais até. O negócio é dele. O que dói é no bolso. Nenhum negócio existe a garantia de sucesso”, destaca José Ventura.
De acordo com o Sebrae, a taxa de mortalidade das pequenas empresas no primeiro ano de vida é de 27%.
“É muito fácil abrir um negócio próprio, o difícil é mantê-lo”, diferencia o autônomo Marcelo Fogaça.
Depois de passar por vários empregos, Marcelo começou a frequentar um curso de gestão e empreendedorismo. Ele vai administrar a empresa do pai. A estudante Raquel de Oliveira será sócia da mãe. Mesmo sob a guarda da família, eles estão certos de que estão declarando a própria independência.
“Melhor ter o próprio negocio porque você se arrisca, você sabe o que está passando com a empresa, vai saber os prós e contras do que está fazendo. Não depende da decisão de uma outra pessoa”, comenta Raquel de Oliveira.
Segundo a Associação Brasileira de Franchising, no ano passado o desempenho do setor de franquias já se mostrou bastante positivo, mesmo com a crise econômica. O faturamento das empresas chegou a R$ 64 bilhões, 14,5% maior do que em 2008, o que traz ainda mais otimismo para os analistas do setor.