“Passei fome”, diz brasileira que ficou “ilhada” pelas chuvas em Machu Picchu
Chegou nesta segunda (1º) ao aeroporto do Galeão, no Rio, o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com 62 turistas brasileiros que ficaram uma semana ilhados em Águas Calientes, próximo à cidade inca de Machu Picchu, no Peru, devido às fortes chuvas que atingiram a região.
"Tive de dormir no chão, passei fome. Porque, na verdade, até teria dinheiro, mas não tinha como sacar", disse uma brasileira ao desembarcar. Ela reclamou da falta de assistência e disse que o vice-prefeito da cidade demorou a aparecer. "Até então ninguém tinha falado nada. Ficou um disse me disse, um falou isso, outro falou aquilo, a gente ficou de mãos atadas lá."
O Peru foi atingido por enchentes no início da semana, decorrentes de fortes chuvas. Pelo menos dez pessoas morreram, e mais de mil turistas, entre eles cerca de 280 brasileiros, ficaram ilhados em Águas Calientes. Ao menos cinco mil casas foram destruídas, e 29 mil famílias estão desabrigadas.
Os turistas foram aos poucos retirados de helicóptero, conforme permitiam as condições climáticas.
Segundo a FAB, um dos turistas resgatados disse ter ficado ilhado com a mulher e dois filhos junto com o grupo de 280 brasileiros. O avião que faz o transporte dos brasileiros, um C-130 Hércules, de carga, deixou 14 toneladas de alimentos no Peru.
De acordo com nota divulgada pela Força Aérea, o embaixador do Brasil no Peru, Jorge Taunay, acompanhou o embarque dos brasileiros em Cusco. À FAB Taunay disse que o governo peruano ajudou no resgate dos brasileiros. "Foi uma ponte aérea que primou pela eficiência na logística e na técnica."