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EDITORIAL

De patacoada e esconderijo


De patacoada e esconderijo

Cheira a insanidade a forma como o Governo federal trata o estado de Roraima, desrespeitando o pacto federativo disposto na Carta Magna do País. Ao arrepio de todas as previsões legais, a Funai (órgão que age abertamente mais como lídimo representante de interesses de ONGs – organizações não-governamentais – estrangeiras que mesmo a favor do Pais), não se sacia de sua sanha demarcativa.

Em razão de o governador José de Anchieta haver entrado com ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra uma possível expansão da reserva indígena Serra da Moça sobre terras do conhecido Projeto de Assentamento (PA) Nova Amazônia, na região de Truaru, município de Boa Vista, o presidente daquele órgão, Marcio Meira – funcionário de terceiro escalão -, acusou ontem o governador de ser ”anti-indígena”.

Não poderia haver acusação mais infame, mais leviana do que esta. Quem, afinal, garante hoje serviços sociais imprescindíveis dentro da reserva Raposa Serra do Sol, por exemplo? Quem, senão o Governo, mantém em funcionamento diuturnamente as termelétricas, fornecendo energia nas vilas plantadas no interior daquela e de tantas outras reservas indígenas dentro dos limites geográficos do estado?

Quem, senão o Governo, mantém ônibus escolares à disposição dos alunos indígenas nas comunidades? Quantas escolas o Governo construiu e mantém em funcionamento nas malocas? A última delas foi a escola estadual Indígena Tuxaua Manoel Horácio, na comunidade indígena Guariba, no município de Amajari, inaugurada no dia 18 de outubro do ano passado.

Isso, para não falar do apoio prestado pelo Governo à agricultura – máquinas e demais implementos –, entre outros setores. Em contrapartida, o que a Funai tem feito pelos índios, além de demarcar extensas reservas destinadas a se tornar desertos por falta de ocupação? Quais os benefícios que os índios ganharam da Funai para lhes melhorar a vida após o dolorido processo de demarcação? Aparentemente nenhum.

Incrível, porém, é saber que, enquanto rola a patacoada do senhor Marcio Meira, nenhuma voz do Congresso Nacional – representantes de Roraima na bancada nacional – tenha se lavantado ontem a favor do estado. Em defesa do governo.

Será que o recesso parlamentar cerceou-lhes também o direito de pensar e de se manifestar? Cortou-lhes a língua? Ou será que durante esse período nossos parlamentares tiram férias e se homiziam em locais incomunicáveis, onde perdem todo o contato com o mundo civilizado?

O bom é que estamos às vésperas de uma eleição, e não se enganem: essas coisinhas serão postas na balança.

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