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EDITORIAL

A autoridade do CIR


A autoridade do CIR

Roraima hoje está na iminência de reviver os apagões elétricos que tantos dissabores causaram à vida cotidiana até o fim dos anos 1990. Agora, que o Governo federal decidiu abrir o cofre para facilitar os estudos técnicos para a viabilização da hidrelétrica de Cotingo, eis que surge uma pedra no caminho, que atende pelo nome de Conselho Indígena de Roraima (CIR).

Segundo estudos anteriores, o rio Cotingo, localizado no interior da homologada reserva Raposa Serra do Sol, comporta uma usina hidrelétrica com capacidade de geração de 600 megawatts. Sua construção chegou a ser cogitada no início do último quartel do século passado. E, ainda hoje, apresenta-se como a saída mais apropriada para a questão energética local.

Como nem tudo é perfeito, porém, mais uma vez a questão indígena ressurge como impedimento ao desenvolvimento. O coordenador daquela organização não-governamental (ONG), Dionito José de Souza, garantiu que os indígenas não vão permitir a construção de qualquer hidrelétrica no interior de sua reserva.

O que salta aos olhos em meio a todo esse imbróglio é a autoridade que se arvora investido o representante de uma ONG, ao arrepio de uma conjuntura maior. A atitude do senhor Dionito Souza extrapola todos os conceitos de cidadania. Soa como um torpedo nuclear disparado contra não apenas um grupelho, um gueto, mas sim contra toda uma sociedade.

Aqui, parece-nos caber uma ação incisiva do Ministério Público Federal, pois se trata de questão de segurança nacional. Não é novidade para ninguém que a falta de energia elétrica é fator preponderante para o estado, como ente político maior, entrar em zona de instabilidade. Um prenúncio disso se viu no mais recente apagão, ocorrido em 10 de novembro passado, quando 18 estados brasileiros mergulharam no breu.

O CIR tem dado sobejas provas de que entende a questão indígena como uma ilha com relação ao Brasil. Assim, pouco se lixa com o que ocorre fora das delimitações das reservas demarcadas. Isso, porque conta com recursos estratosféricos advindos do capital internacional.

Se quisermos crescer como estado federado, Roraima precisa resolver essa querela o mais urgente possível. Sob pena de se desfazer tudo o que se conquistou até aqui e voltarmos à vexatória situação de território federal. 

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