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EDITORIAL

Para dar nova cara à BR-174 até a divisa com o Amazonas serão necessários investimentos de R$ 400 milhões


É votando que se aprende a votar

A BR-174 foi pavimentada no primeiro governo do hoje deputado federal, o engenheiro civil Neudo Campos (PP). Não é necessário ser um bom observador para notar que houve pleno descaso, premente falta de zelo no trabalho de preparação do solo, o que resultou no desastre que é aquela rodovia para quem por ela precisa trafegar.

Logo nos primeiros anos após a pavimentação, a estrada já apresentava suas deficiências, com buracos se proliferando a olhos vistos. Ficou evidente que os trabalhos, em vez de obedecerem a critérios técnicos, seguiram a veia política, o caminho mais fácil e rápido.

No intuito de repartir o pão, visando o troco político que poderia lhe render, Neudo, à frente do Governo, distribuiu os trabalhos para algo em torno de 15 empresas, todas trabalhando de forma parcimoniosa. Economizando tanto na quantidade como na qualidade dos materiais empregados.

O resultado não poderia ser outro: pavimentação de ruim a péssima. Não à toa, o Tribunal de Contas da União (TCU) detectou nas obras várias irregularidades, cujas análises culminaram em constantes denúncias de mal serviço. E como dizem por aí, o povo não é bobo. Com toda a razão, negou-lhe o cargo de senador nas eleições de 2002.

Para consertar as estripulias praticadas no governo de Neudo, enfim, se faz necessário uma rigorosa restauração. Isso implica dizer que o trabalho que poderia ter sido feito de forma definitiva, está sendo refeito, com prejuízo para o Erário público. Ou seja, o nosso suado dinheirinho sendo jogado no lixo.

O trabalho já começou. No ano passado, o atual governo restaurou os pouco mais de 135 quilômetros que separam Boa Vista de Caracaraí. Nesse trecho, é possível notar que surgiu uma nova estrada, mais confiável.

Para dar nova cara à BR-174 até a divisa com o vizinho estado do Amazonas serão necessários investimentos da ordem de R$ 400 milhões. Se o serviço original tivesse sido feito com a qualidade ideal, simples manutenção resolveria. Não haveria a necessidade de se despender tamanha fortuna.

Mas democracia é isso. É o povo dando as ordens. E é sobre esse mesmo povo que recai a responsabilidade de escolher o governante certo. Aquele que honrará os impostos recolhidos, dando-lhes a destinação correta. Aliás, aqui vale o velho e batido clichê: é votando que se aprende a votar.

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