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Márcio Accioly

O mundo parece caminhar para duas grandes catástrofes amplamente anunciadas: uma na área social e outra no campo ambiental.


O FIM DO MUNDO ANUNCIADO

O mundo parece caminhar para duas grandes catástrofes amplamente anunciadas: uma na área social e outra no campo ambiental. Na área social, a gente deve usar a própria capacidade de observação e constatar que essa superprodução capitalista gera sempre crise quando satura o mercado e a única saída é destruir, guerrear.

Não precisa ser doutor em nenhuma matéria para desconfiar que todo o acúmulo de desencanto caminha para desfecho com data mais do que precisa. Não há nação no mundo que possa ser salva do descalabro, seja qual for a estrutura econômica, esteja a China engolindo tudo ou não. A próxima década vai ser de chorar.

Fica difícil encontrar saída no desmonte social, pois tudo é cíclico e o equilíbrio só é possível quando se consegue administrar a junção de forças divergentes, permanentemente em choque. O problema é que todos somos parcelas envolvidas e afetadas no vai e vem da composição existencial. Não há como se excluir.

À China não interessa a quebra financeira dos Estados Unidos, pois grande parte de seu investimento é aplicada no mercado norte-americano, o que a deixa vulnerável, posicionada no mato sem cachorro. A interdependência é inevitável.

Por outro lado, a guerra sem trégua entre os EUA e combatentes no Paquistão e Afeganistão (onde a ideologia de Tio Sam maquia gritante necessidade de recursos naturais), além de crescente clima de tensão com o Irã, prevê desdobramentos que vão ampliar seu desgaste e má sorte no mundo islâmico. O Ocidente inteiro pagará a conta.

Sem contar que os EUA estão descobrindo que a guerrilha movida por tribos e clãs no Afeganistão (contra suas forças armadas invasoras), é entendida naquele país como espécie de jogo. Prática esportiva que se consolida ao longo de batalhas travadas. Morrer é detalhe. O Alto Comando Militar dos EUA começa a admitir tal hipótese.

Agora, como solução para o contrabando praticado na fronteira de Gaza, o Egito decidiu construir um muro de metal subterrâneo para impedir a circulação sem identificação, elevando também dessa forma o nível da temperatura política. Os protestos estão tomando corpo.

Concentração de renda, excesso de bocas no mundo, falta de perspectiva, além de insuperável sentimento de cansaço com relação a tudo produz atmosfera de inteira apatia. Temos informação demais sobre tudo e solução imediata de menos. É quase impossível deixar-se iludir ou ser flagrado na surpresa. Isso é privilégio de ingênuos.

Com relação à Natureza, geólogos e cientistas estão fazendo figa nos dedos das duas mãos por conta do vulcão do Parque Nacional de Yellowstone, nos estados de Wyoming, Montana e Idaho, fronteira com o Canadá.

Há documentário produzido pela BBC mostrando que o principal vulcão daquele Parque entra em erupção a cada 600 mil anos. Já se passaram 20 mil anos além desse prazo e aguarda-se nova erupção a qualquer instante. De maneira que as notícias ultimamente têm se tornado pouco alvissareiras.

Mas há também quem argumente contra seus possíveis efeitos devastadores, visto que o maior vulcão do mundo, o Mauna Loa (Havaí), teve uma explosão em 1984 e o mundo continuou de pé. O Mauna Loa tem 12 mil metros de altura e 100 km de diâmetro. Depende de intensidade e duração, imprevisíveis.

Não é de bom grado pagar para ver. Especialmente quando começam a ficar a cada dia mais evidentes os sinais de que a Terra vai mergulhando de forma inapelável numa Nova Era Glacial. E, aí, tudo pega. Não vai ficar bom nem mesmo para pinguim.

Dessa forma, resta o consolo de que a vida apenas se renova e ninguém de fato nasce ou morre. Tudo é passagem, ilusão, um corte nas várias dimensões do Universo.

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