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EDITORIAL

Tudo que se vota na Assembleia tem seu preço


De interesse próprio e sinecuras

Roraima sofre revezes de todos os quilates. Quando um está se esvaindo, logo surge outro. E com mais intensidade que o anterior. O pior é que não se ouve vozes altissonantes em sua defesa. Mas, afinal, para quê os representantes são eleitos? Desde os senadores, passando pelos deputados federais, estaduais, até os vereadores?

Esses cidadãos, que deveriam estar de arma (a lei) em punho na defesa dos interesses da coletividade, do estado, do município, parecem dobrar-se, subservientes, diante dos apupos, desde que o principal – os seus próprios interesses – não seja arranhado. Quedam-se a pensar no próprio umbigo, deixando a nu a desvalia do cargo.

Um exemplo é a ameaça que o PR faz de abandonar a base aliada diante da perda de uma mera sinecura que o Governo Anchieta Júnior lhe propiciava: a Secretaria de Educação. Sim, o partido ainda continua firme no Executivo, ostentando a Presidência do Detran e a Reitoria da Universidade Estadual (UERR), além de algumas secretarias-adjuntas. 

É impressionante o fato de que os parlamentares nunca procuram o Palácio Senador Hélio Campos para falar de projetos altruístas que beneficiem o estado. Quando isso é discutido na Assembléia Legislativa, pode ver, o nascedouro da proposta foi o próprio Executivo.

Quase que diariamente, porém, o governador é obrigado a receber parlamentares em seu gabinete somente para despachar sobre liberação de faturas, empenhos e coisas do gênero em favor de empresas do dito parlamentar ou de terceiros a quem ele esteja ligado.

Puxão de orelha nos deputados estaduais foi feito pelo próprio corregedor da Casa, deputado Erci de Morais, que condenou tal procedimento, afirmando que é por isso que os parlamentares não se fazem respeitar no Senador Hélio Campos e perante ao eleitorado.

E tem mais: corre à boca pequena que para tudo que se vota na Assembleia tem seu preço. Projeto X, em troca por emenda; projeto Y, por liberação de recurso ou pagamento de faturas. Isso, para cada um dos escrutinadores. E por aí vai.

Não se pode, no entanto, generalizar tais atitudes, tendo-as como regra geral, inflexível. É claro que há aqueles que não se dobram diante de tais salamaleques. E é por conta desses “oásis éticos” que ainda restam esperanças. Só que ela está demorando muito a se fazer presente no baile.
 

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