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Lula enforca Roraima

Mais duas reservas são demarcadas no estado


Lula enforca Roraima

Wilson Barbosa (*)

O turista chega a Boa Vista e fica surpreso ao tomar conhecimento de que no Centro da Capital só existe o coreto localizado na Praça do Centro Cívico e apenas três prédios. Um da sede do governo do Estado, o Palácio Senador Hélio Campos e em frente mais dois, sendo um do Tribunal de Justiça e o terceiro onde fica a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

Isto foi o que restou após as homologações das terras indígenas feitas pelo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva em Roraima, ou seja, ficaram apenas o coreto e os três prédios. Esta foi a conclusão de um deputado estadual em 2005 e que agora está se concretizando. “Roraima vai ficar restrita a três prédios” enfatizou na época o parlamentar a respeito do festival de homologações de áreas indígenas no Estado.

Com a homologação das terras indígenas Anaro e Trombetas/Mapuera, concluiu-se a regularização dos processos de demarcação das terras indígenas no Estado, medida tomada nesta segunda-feira chefe da Nação, e com isto Lula enforca Roraima.

Com certeza vai ficar difícil que empresários pretendam investir no Estado, pois temem que os recursos aplicados num grande investimento caiam do dia para noite como um castelo de areia, quando for divulgado que os órgãos ligados aos índios pretendam criar novas reservas, que não serão para os indígenas e sim dar satisfações a países estrangeiros.

Certa feita o presidente Lula confidenciou a jornalistas que estava de saco cheio das cobranças de organizações não governamentais e chefes de países estrangeiros, que a cada encontro solicitava que ele homologasse de uma vez por toda a reserva indígena Raposa/Serra do Sol e por não mais suportar as cobranças, em 2005 Lula bateu o martelo e homologou a área sem contudo pagar as indenizações como deveria ter acontecido e reassentar os fazendeiros expulsos de suas terras.

A terra indígena Anaro é localizada no município do Amajari, à margem esquerda do rio Parimé, divisa com a terra indígena São Marcos. Ela foi demarcada em 22 de junho de 2006 e abriga 54 índios Wapixana. A área compreende aproximadamente trinta mil hectares.

No Anaro viviam 14 famílias de não-índios, que trabalhavam no ramo da pecuária. Com a demarcação, dez deles deixaram a região este ano e no ano passado, depois de receber da Funai (Fundação Nacional do Índio) as indenizações pelas benfeitorias. Roraima tem 32 terras indígenas que, somadas, chega a 10,3 milhões de hectares, quase metade do território do Estado. 

A bola da vez do governo Federal diz respeito à medida da criação da nona unidade de conservação em Roraima.  O Parque Nacional do Lavrado será criado em uma área de 155 mil hectares, na região da Serra da Lua, no município do Bonfim, na fronteira do Brasil com a Guiana.

Os produtores rurais que habitam a região terão que deixar suas áreas após serem indenizados. “Os moradores estão desesperados com a notícia” revelou o deputado Leonídio Laia em pronunciamento na Assembleia. Para o parlamentar mais uma vez o governo Federal ‘comete erros graves’ para com o Estado.

O parlamentar pediu providências aos senadores e ao governo estadual para intervirem na decisão da criação do parque ecológico, pois várias famílias serão prejudicadas com a decisão. “Existem famílias que residem na área desde 1914 e agora vão perder tudo” lamentou.

Laia criticou o governo Lula e disse que ‘ele dá com uma mão e toma com as duas’ referindo-se a transferência de terras da União para o Estado no início do ano. Afirmou também que 75% das terras roraimenses são reservas. “Vivemos num Estado virtual e Roraima virou quintal do jardim do presidente Lula” criticou.

Na visão do deputado Chicão da Silveira a criação da nova reserva é ‘uma denúncia grave e comprometedora’. “Tentam engessar o desenvolvimento de Roraima com as demarcações de terras indígenas” criticou. A decisão da criação da reserva ecológica como ‘fato absurdo’ e disse que o fato será ‘modelo’ para outros estados brasileiros.

A deputada Aurelina Medeiros afirmou que encontrou com um grupo de moradores da Serra da Lua e que a situação é de ‘desespero’. Disse também que a falta de respeito com o povo da região deixa claro o desinteresse dos governos.  

(*) Jornalista
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