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Honrar, honra

Não era Anchieta quem estava sendo julgado



Pedro Luis Vinas Machin 

Honrar honra. O individuo mostra sua índole com a conduta e não sempre com as palavras. Agir bem edifica o próprio caráter do mesmo modo que agir mal o demole.

Foi glorioso saber da decisão unânime em contra da cassação do governador de Roraima. E foi glorioso por duas vezes! Não era Anchieta Junior e seu grupo que acompanhavam ansiosos o resultado final. Não era Anchieta quem estava sendo julgado. O verdadeiro “réu” nem merecia julgamento. O verdadeiro “réu” foi o povo de Roraima, que em 2006 assistiu emocionado uma vitória eleitoral descomunal do saudoso Ottomar Pinto. Foram a clareza e a justiça social que ficaram enfrentados e atacados pelo oportunismo e a hipocrisia gananciosa de quem não tem bandeira filosófica, ou melhor, de quem tem muitas bandeiras todas diferentes e mostra a que melhor convir ao seu bolso e ao seu ego. Nunca fui um “torcedor acérrimo” de nenhum dos “bandos” e também não fui nunca neutral. Mas causa espanto ver pessoas que na época vibraram com a vitória de Ottomar, para a qual eles mesmos contribuíram ficarem hoje contra o próprio Ottomar, na figura do Anchieta, só alimentados por idéias de vingança pessoal ou por uma situação de mudanças de privilégios e poder.

Ficaram contra eles mesmos. Torceram pela própria “casacão” e foram cassados moralmente. Quem tiver entendimento que entenda. Não é a opinião, mas a integridade e o respeito à verdade o que faz de alguém um ser humano decente. Honrar a um inimigo faz de quem honra uma pessoa honrada. Honrar a memória de um pai ou de um amigo faz de um animal instintivo um homem moral.

Foram contra o próprio grande homem que ontem era tudo para eles, por convicção efêmera ou oportunidade. Foram contra eles mesmos e deram a chance a outros, inimigos ontem, entrarem hoje na lista dos “mocinhos”, também por convicção efêmera ou oportunidade (ou mesmo por amadurecimento). Participaram de uma gloriosa vitória em 2006 e perderam a oportunidade de participar da outra, no dia de ontem. Mostraram mais “amor” por eles mesmos e seus bolsos do que comprometimento com a integridade moral.

Perderam a oportunidade de honrar. E honrar, honra.

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