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EDITORIAL

PNL traz fantasma da inviabilização do Estado


O último apaga a luz

A criação de uma nova “reserva florestal”, “unidade de conservação” ou qualquer outro nome que se queira dar, desta vez no município de Bonfim, traz para a sala o fantasma da inviabilização do Estado.

Bom lembrar que, de uma só vez, Roraima perdeu este ano nada menos que 1,7 milhão de hectares, homologados como terra indígena Raposa Serra do Sol, sem falar na de Anaro. Há poucos dias, a Justiça determinou que indígenas desembarcassem de mala e cuia em terras do Projeto de Assentamento (PA) Nova Amazônia.

Não demora muito toda aquela área será reivindicada como reserva indígena. Logo-logo aparecerá como num passe de mágica um laudo antropológico rezando que o PA Nova Amazônia é terra em que índios perambulavam desde os tataravós.

Foi assim com a reserva Wai-Wai, no sul do Estado. Em sua gênese, a região do rio Anauá recebera índios importados da Guiana (década de 1960) – famílias inteiras –, trazidos em aviões da Força Aérea Brasileira.

O esbulho da autonomia do estado pelo viés fundiário-indígena patrocinado pela União é tamanho que chega a arrancar do próprio líder do Governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), brados de inconformismo, afirmando alto e bom tom não concordar com a criação da tal nova reserva.

Sem querer ser apocalíptico, a pretendida unidade de Bonfim soa como pá de cal sobre a pecuária roraimense, que insiste em respirar por aquelas bandas.

Contrário à criação de novas reservas, no dia 14 de novembro Jucá fez um apelo ao Ibama para que a demarcação da Floresta Nacional de Roraima (Flona) seja reajustada e excluída da área os assentamentos de Sumaúma e Vila Nova.

“Roraima já chegou ao seu limite. Esse sofrimento acabou com a Raposa Serra do Sol”, desabafou o senador roraimense, que não vê mais espaço para a plantação de áreas restritas no Estado, sob pena de inviabilização econômica.

Em tempos de ex- território, Roraima foi um franco exportador de carne para estados da região Norte. Com a questão fundiária engessada – que começa agora a ser deslanchada, ainda que de forma tímida – e a indígena cada vez mais agressiva, o Estado vê seu plantel minguar ano após ano.

A produção de arroz experimenta queda abissal. A indústria de beneficiamento do produto, na Capital, se vê sucateada por falta de matéria prima. Tudo isso forja o conjunto de preocupações que deve ser olhado com atenção e com urgência. Sob pena de se repetir em Roraima o indigesto refrão: “O último a sair apague a luz”.

 

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Confraternização 2009 dos Amigos do Fonte
Dia 8, Lago Sul - Brasília

 

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