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Contrário

CIR protesta contra projeto de usina hidrelétrica na Reserva São Marcos


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O coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza, disse ontem que a entidade, neste primeiro momento, é contra o projeto para construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) na terra indígena de São Marcos, ao norte de Roraima, conforme foi anunciado na edição de ontem da FolhaWeb.

Ele disse que as organizações indígenas de Roraima não reconhecem a legitimidade da Federação Indígena Brasileira (FIB) nas negociações, uma vez que o presidente da FIB, Alfredo Wapixana, não conversou com as entidades que têm representações em São Marcos, como a Associação dos Povos Indígenas de Roraima (Apir) e o Programa São Marcos.

“Enquanto a Apir e o Programa São Marcos não se posicionarem sobre o projeto de construção da hidrelétrica, nós, do CIR, somos contra essa obra”, disse o coordenador do CIR. Ele lembrou que a história sempre se repete: eles elaboram os projetos sem antes consultar as verdadeiras lideranças indígenas e as comunidades envolvidas e sem apresentar estudos de impactos ambientais.

Dionito José de Souza questiona também a legitimidade de Alfredo Silva para comandar a FIB, pois em 2004 ele recorreu à Justiça Federal para que fosse caçada a sua carteira de identidade indígena, pedido este que foi concedido. “Ele pediu para não ser reconhecido com índio e agora fica querendo decidir pelos índios”, criticou.

As lideranças do CIR ficaram surpresas com a divulgação de um reunião entre representantes do Exército e da Federação Indígena Brasileira em Brasília, anteontem para discutir a elaboração do projeto para construção da PCH na terra indígena de São Marcos.

O projeto técnico estaria sendo elaborado pela Companhia Energética de Roraima (CERR), mas até agora as entidades que representam o povo indígena de São Marcos não foram consultadas.

Também causou surpresa o anúncio da criação de uma comissão especial integrada por índios, militares e a deputada Maria Helena para avaliar a proposta a ser apresentada pela CERR. Dionito José de Souza frisou que o CIR só irá reconhecer a legalidade desse projeto quando as demais entidades se pronunciarem favoráveis à obra.

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