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Francisco Espiridião

Lembram quem foi mandado de Portugal para povoar a Colônia, na gênese de tudo? Isso mesmo! A ralé portuguesa, com certeza, ora pois!


  Nada de novo no \\"front\\"


O Brazil de Lula não quer destoar.

Lembram quem foi mandado de Portugal para povoar a Colônia, na gênese de tudo? Isso mesmo! A ralé portuguesa, com certeza, ora pois!

Daí em diante, tudo o que é de ruim tem boa acolhida cá pela Terra de Santa Cruz.

Lembram que na década de 70 era uma briga doida para não deportar para a Inglaterra Ronald Biggs? Repetia-se na época o jargão: "O ladrão é nosso!" Algo parecido com "O Petróleo é nosso!".

Biggs foi um dos ladrões que roubaram um trem pagador que ia de Glasgow para Londres em 1963, levando 2,6 milhões de libras (3,7 milhões de dólares). Dinheiro pra chuchu!

Depois de viver por mais de 30 anos no Brasil, Biggs decidiu se entregar às autoridades britânicas em maio de 2001, onde ficou preso, apesar da idade avançada. Sim, lá não é como aqui. Fez, pagou!

Mas isso é coisa do passado. Vamos aos fatos novos, do Brazil de Lula:   

O homem que quis dar um golpe em seu país - o Mané Zelaya, sabe? - depois de ser deportado de Honduras por mau comportamento, voltou e se instalou como hóspede da Embaixada brasileira, lá em Tegucigalpa.

Sem qualquer convite, ocupou território tupiniquim e se fez de dono. O Governo Lula achou tão bonitinho que aprovou a presepada.

Mané Zelaya está lá há mais de 60 dias. E nada! Ninguém sequer tem coragem de cobrar-lhe o aluguel.

Tacitamente, nós, brasileiros, dizemos com muita honra: "Ninguém tasca! O homem é nosso. Deixa ele lá!".

Afinal, o que Mané quis fazer para ser defenestrado de seu país? Coisinha pouca. Só dar uma rasteira à la Chávez na democracia de seu país... 

E agora, a última: Cesare Battisti foi julgado e condenado em seu país, a Itália. Mas, por que tanto ranço? Quase nada... Meros atos terroristas e o frio e sanguinário assassinato de quatro pessoas.

Tudo isso por tão pouca coisa? Só quatro assassinatos! O que é isso diante de tantas atrocidades que se cometem por aí?

Ora, deixa o homem aqui. Afinal, o terrorista é nosso chegado. Por que devolvê-lo para seu país, onde, no minimo, terá que cumprir sua pena? Ora, se nós aqui não cumprimos as nossas, por que temos de obrigar os outros a fazê-lo?

Para mascarar todo o processo, o STF entrou no circuito e decidiu, primeiro, que ele devia mesmo ser extraditado.

Mas... aí veio o mas... Decidiu que não podia decidir. A última palavra deve ficar mesmo com o Poderoso Chefão, que acaba de abocanhar novas vitórias nas pesquisas.

Ainda não chegou aos 100%, é verdade. Mas pelo andar da carruagem, sua aprovação popular baterá logo-logo nos 110%.

É ele, com todo o respaldo popular que tem, quem dará a palavra final se o homem fica ou vai cumprir sua pena como determina o bom-senso de justiça.

Alguém aí duvida qual será o desfecho desse folhetim de terceira caterogia?

É... É o Brasil - esse com "s" mesmo - seguindo o seu curso natural. Nenhuma novidade no "front". Ora pois!

(*) Jornalista, autor de "Até Quando" (2004) e Histórias de Redação (2009); e-mail
[email protected].

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