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Seca no Amazonas

Pelo menos 300 famílias estão sofrendo com a falta de água potável em cinco comunidades do Município de Careiro da Várzea, a 25 quilômetros de Manaus


Márcio Silva
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É preciso caminhar mais de cinco quilômetros para buscar água, de má qualidade, usada para beber, cozinhar e tomar banho

Márcio Azevedo
Da equipe de A CRÍTICA

Pelo menos 300 famílias estão, desde outubro, sofrendo com a falta de água potável em cinco comunidades do Município de Careiro da Várzea, a 25 quilômetros de Manaus. O problema é decorrente da vazante que ainda não parou. O mais absurdo é que essas pessoas vivem às margens do maior rio do mundo, o Amazonas, e são obrigadas a caminhar mais de cinco quilômetros para conseguir água para beber, tomar banho, cozinhar e lavar as roupas.

Os rios da região, que no período de cheia eram abundantes em água, agora estão com seus leitos completamente secos. Uma visão desoladora, mas considerada normal pelos ribeirinhos. “Todo ano é assim. A diferença é que este ano já estamos em novembro e o rio ainda está secando. Era para estar enchendo”, disse Francisco Pantoja, 27, agricultor que mora em um flutuante encalhado no leito seco do rio Parauá, no Município do Careiro da Várzea.

Devido à vazante, muitas comunidades como as de São José do Iauaçu, Nossa Senhora de Nazaré e de São Francisco estão completamente isoladas. Em São Francisco, onde vivem, aproximadamente, 62 famílias, a fonte de água potável mais próxima fica a uns três quilômetros. “Temos que ir de manhã e à tarde buscar água. Aproveitamos para tomar banho e lavar as roupas”, contou o agricultor Sebastião Pantoja, 38.

As poucas poças com água que ainda resistem no leito seco são impróprias para o consumo. “Essa água aqui só serve para lavar a casa”, avisa a agricultora Maria Augusta, 25. Mas o problema teria solução, disse Tânia Gomes, uma ex-vereadora do município, que mora na comunidade. Segundo ela, as comunidades dessa região precisam de uma bomba d’água e encanamento para puxar água do Amazonas.

Subindo um pouco mais o rio Amazonas, na comunidade Cristo Rei, também no Careiro da Várzea, a qualidade da água está tão precária que, segundo os moradores, para cada litro de água retirada do rio que abastece o lago, metade é de barro puro. “Essa água também já está podre por causa dos peixes que começaram a morrer na bacia do Lago dos Reis”, comentou o pescador Paulo Sérgio de Souza, 35.

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