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EDITORIAL

A Lei de Gresham preconiza que a má qualidade expulsa a boa


 

A Lei de Gresham preconiza que a má qualidade expulsa a boa (a má moeda tende a expulsar do mercado a boa moeda). Isso parece se aplicar à imprensa roraimense. Especialmente, num momento em que não existem tantas alternativas assim à disposição de um segmento de mercado.

O leitor de Roraima há muito tem de se contentar com apenas dois jornais impressos, que são, basicamente, os formadores de opinião nesse segmento. Em raríssimas ocasiões e por muito pouco tempo, tivemos mais que dois jornais impressos circulando ao mesmo tempo.

Dos que temos hoje, um tem como slogan “um jornal necessário” e o segundo, busca ainda sedimentar sua posição perene como órgão de comunicação. O primeiro é de alcance razoável, enquanto o segundo tem pequena penetração na sociedade. Não por ser pior, mas por falta de tradição.

O jornalista Ruy Mesquita, ao ganhar o prêmio “Personalidade da Comunicação 2004”, observou que “devemos continuar resistindo à tentação de colocar o bom jornalismo em segundo lugar na busca do lucro a qualquer preço". Essa assertiva não tem eco em Roraima.

O jornalismo impresso, especialmente o praticado pelo jornal que se considera “necessário”, esquece de preceitos da ética e da boa qualidade. Seu forte mesmo é atuar como boletim de campanha política, onde a ideologia do dono fala mais alto em detrimento da boa e pura informação que tanto o público que compra o jornal merece.

Não é nenhum disparate dizer que o “jornal necessário” está atrelado aos interesses pessoais do dono, um político que, por mais que tente obter sucesso, amarga derrotas continuadas nas urnas em todos os cargos pretendidos.

Ao invés de enveredar pelo caminho ético de bem informar, o “jornal necessário” lança mão da hipocrisia, da pieguice e da irresponsabilidade no trato com a opinião pública.

Ao manipular sorrateiramente os fatos, o “jornal necessário” tira do leitor o direto de digerir a informação e, a partir daí, pensar, e formar a sua própria ideia a respeito de assuntos em questão. A última nessa seara foi o caso do Encontro Internacional de Motos de Alta Cilindrada, realizado na sexta-feira passada, no complexo socioesportivo do Canarinho.

Este Fontebrasil, como órgão de comunicação social, mantém ideias claras a respeito de qualquer assunto. Botamos nossa cara para bater. Não usamos de subterfúgios para passar nossas considerações a respeito de qualquer fato.

Será que o “jornal necessário”, faz o mesmo? Cadê o editorial, instrumento usado por qualquer veículo de comunicação que se preze para passar sua própria opinião sobre fatos? Há muito a Folha deixou de publicá-lo. O que existe é uma coluna que serve mais como meio de condução de seus interesses que como informação de revelancia social.

No Fontebrasil, defendemos uma Imprensa com “I” maiúsculo. Que cultive nas pessoas o senso crítico. Que estimule os leitores a pensar e tirar suas próprias conclusões. Enganam-se os que pensam que o povo é bobo. Infelizmente, no caso do “jornal necessário”, a má qualidade, definitivamente, tem expulsado a boa.

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