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Roraima. Ame-o ou Deixe-o - Joel Maduro

Em Roraima; observa-se o conglomerado de veículos de informação sob batuta de um só grupo político comandado por um só homem com mãos indetectáveis para algumas autoridades, mas visivelmente lúcidas aos olhos do povo e da lei.


"Manda quem pode obedece quem tem juízo"

(Provérbio Popular).

Não é de hoje que assistimos ao jogo sujo de interesses entre a imprensa e o poder. Na época da ditadura militar, eis que surge sem intenções alguma a não ser de informar, a exuberante Rede Globo de Roberto Marinho, filiada pelos esgotos econômicos do Brasil com aval de alguns militares e civis donos do país.

Os homens da situação detinham para si todo e qualquer movimento de expressão popular e do pensamento. Quem se atrevesse a desafiá-los tinha tratamento especial, "Brasil! Ame-o ou Deixe-o" e assim se foi muita gente num rabo de foguete para os porões do Dops sem volta e outros exilados.

Os tempos passaram, veio à democracia, mas ainda temos resquícios e atitudes moldados aquelas épocas. Em Roraima; observa-se o conglomerado de veículos de informação sob batuta de um só grupo político comandado por um só homem com mãos indetectáveis para algumas autoridades, mas visivelmente lúcidas aos olhos do povo e da lei.

Num ato recente o poder econômico deste senhor dos anais do Planalto tomou de assalto uma rádio e tv local por pura e simples vontade de calar a boca de quem estava infernizando-lhe a vida em nome da democracia e liberdade de expressão. Diga-se de passagem estava sendo denunciado.

Uma rádio, agora um jornal impresso e duas emissoras de Tv a serviço do povo (poder) de um político e uma meia dúzia de idiotas (salvo os profissionais sérios e competentes) que se autoproclamam jornalistas a fazerem "o que o mestre mandar se não fizer leva um bolo". A regra é só uma - "manda quem pode, obedece quem tem juízo".

Parece que estamos em 1968, no apogeu dos anos de chumbo quando sob a baioneta dos generais determinava-se as regras básicas do jornalismo - O que? Quando? E Aonde os profissionais da recém criada emissora deveriam levar a público aquilo que eles queriam e da forma que eles determinavam; caso contrário... Ruaaaaaa!

Hoje o que se vê em Roraima não é diferente. No mesmo canal e freqüência modulada são outras pessoas travestidas de profissionais de imprensa fazendo as mesmas coisas que se fazia antes. Pior posam de donos da verdade, de intelectuais da imprensa, formadores de opinião, cientistas e analistas político de um único político num descalabro tamanho e em desrespeito ao princípio do direito de informar e ser informado.

Mas aqueles ouvintes ou telespectadores que se atrever a questioná-los, ou a criticar e denunciar seu patrão, por exemplo: caia a linha telefônica, falam dois ou três de uma só vez para atrapalhar as incursões do denunciante ou fica sujeito a ouvir risos e deboches. Bem... Por outro lado à sociedade até os perdoa, afinal sem opção eles caem na vala comum da subserviência.

É meus caros eleitores os convoco a refletir e clamo aos olhos e ouvidos de vossas excelências das egrégias cortes, para analisamos com critérios e aos rigores da lei os que estão por trás deste áudio e visual. Vamos Tirar as vendas da deusa da justiça para que não possamos novamente recriar os idos dos anos 1960.

Basta de tanta hipocrisia! Chega de brincando de fazer jornalismo. A imprensa não pode ser refém do poder dos homens, e o povo não é idiota a tal ponto para não entender qual a intenção deste besteirol que apelidaram vergonhosamente de "jornalismo". Ou então teremos que re-editar o jargão do Brasil ditatorial versão Macuxi - Roraima. Ame-o ou Deixe-o! Bom dia!

Joel Maduro - Jornalista Mtbe nº 109/RR [email protected] 9977-9724

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