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ARTIGO - Sinjoper: uma nova Era

Cheia de grandes desafios, a nova presidência do Sinjoper deverá estar muito bem preparada e resguardada quando começar a reivindicar direitos legais à categoria, negados até hoje pela classe patronal por falta de pressão, principalmente. É uma vergonha, mas nosso piso salarial é o menor do País: R$ 750,00.


Por Amilcar Sérgio

O jornalismo roraimense deu o passo inicial rumo ao verdadeiro profissionalismo. Cheia de grandes desafios, a nova presidência do Sinjoper deverá estar muito bem preparada e resguardada quando começar a reivindicar direitos legais à categoria, negados até hoje pela classe patronal por falta de pressão, principalmente. Quem trabalha em Redação sabe do que estou falando. É uma vergonha, mas nosso piso salarial é o menor do País: R$ 750,00.

Se não bastasse a defasagem, sem aumento há mais de dez anos, o salário do jornalista roraimense ainda chega a atrasar intermináveis meses em alguns veículos. E nada acontece. Eu, por exemplo, já passei mais de 120 dias sem receber. O pior: quando reclamava, a porta-voz do patrão dentro da empresa sempre dizia: "se não está satisfeito, peça para sair". 

À época, a presidência usava o Sinjoper para barganhar favores com a classe patronal. Se omitia, fazendo vista grossa ao atraso salarial, e ganhava no dia seguinte espaço no jornal para divulgar ações de seus assessorados. A verdade é que o nosso Sindicato não existia, servia apenas para dar guarida a um grupo político, por isso ninguém pagava ou fazia questão de ser sindicalizado.

Então, sem entidade para nos defender, ficávamos sujeito a um jogo de interesses pra lá de sujo. Éramos reféns dentro das próprias redações. Indignava-me porque não podia fazer nada, a não ser engolir calado os desmandos do patrão. Às vezes, para amenizar a situação, brincava com os colegas: "Oh, Deus... E agora? Quem poderá nos salvar?". E até hoje o Chapolim Colorado não veio com os salários atrasados, 13º, férias, horas-extras, diárias, etc...

A nova presidência do Sinjoper, além das questões salariais, terá um outro grande desafio: evitar a todo custo o retorno do atrelamento político. É inadmissível que um sindicato, entidade representativa, trabalhe para satisfazer a um grupo em detrimento da própria categoria. Tenho certeza que isso vai mudar porque conheço os profissionais que agora estão à frente do Sinjoper.

Mas é preciso que todos se regularizem. A hora é essa. Devemos nos unir com um único propósito: evitar a exploração e a 'prostituição' que ainda existem no nosso meio jornalístico. Chega de humilhação! Chega de sermos capachos da informação! Como já citei em artigo anterior: somos nós que temos o dom de transformar linhas em dinheiro. Eles precisam da gente.

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