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Mutirão para julgar 67 até dezembro

O Conselho de Ética da Câmara mobilizou 28 dos seus componentes, inclusive suplentes, para julgar até dezembro os 67 deputados acusados pela CPI dos Sanguessugas de fazerem parte da máfia das ambulâncias. A CPI vai convocar Luiz Antônio e Darci Vedoin para prestar depoimentos como testemunhas.


Leonel Rocha
Da equipe do Correio

Paulo H. Carvalho/CB
Ricardo Izar: até ontem, apenas 22 parlamentares haviam sidos notificados. o presidente quer intimar os demais deputados acusados até o fim desta semana
 
O Conselho de Ética da Câmara mobilizou 28 dos seus componentes, inclusive suplentes, para julgar até dezembro os 67 deputados acusados pela CPI dos Sanguessugas de fazerem parte da máfia das ambulâncias. O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), informou que vai convocar Luiz Antônio e Darci Vedoin para prestar depoimentos como testemunhas. Os empresários foram acusados de comandar a máfia formada também por funcionários públicos e parlamentares, que apresentavam emendas ao Orçamento da União para a compra, pelos prefeitos, de ambulâncias superfaturadas.

Somente Izar e o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), não foram designados relatores por impedimento do Regimento Interno. Os demais foram escolhidos por sorteio para evitar pressões dos acusados. A previsão de Izar é que todos os processos estejam definidos e enviados ao plenário da Câmara na primeira semana de dezembro. Para acelerar os julgamentos, Izar vai criar oito sub-comissões de três deputados cada uma para interrogar testemunhas. Um grupo de 13 deputados ficou encarregado, cada um, de analisar três processos de colegas envolvidos com a máfia das ambulâncias (veja ao lado).

Até ontem, o Conselho só tinha notificado 22 deputados acusados. Izar pretende intimar todos os denunciados ainda esta semana. Se isso não for possível, a notificação será feita por edital publicado no Jornal da Câmara. Esse mecanismo evitará que o deputado se esconda e não receba a notícia do processo, atrasando o processo. Assim que o deputado for notificado, começará a correr o prazo de cinco sessões para a apresentação de defesa prévia por escrito. Como o recesso do Congresso, os prazos de defesa vão jogar os julgamentos para depois das eleições.

Suassuna
O ex-assessor parlamentar Marcelo Carvalho, que trabalhava no gabinete do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), reafirmou ontem ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), que o ex-líder do PMDB tinha conhecimento de tudo o que ele fazia no gabinete. Homem de confiança do ex-líder, Carvalho foi exonerado em maio do cargo de confiança que ocupava quando foi preso com outros envolvidos na máfia das ambulâncias. Ele foi denunciado pelo procurador-geral da República pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.

Extratos em poder da Polícia Federal mostram uma grande diferença entre a renda por ele declarada e os depósitos que recebeu. Amanhã Carvalho será ouvido pelo relator, no Conselho de Ética do Senado, do processo de Suassuna, senador Jefferson Peres (PDT-AM). O empresário Luiz Antônio Vedoin voltou a prestar depoimento ontem na PF em Cuiabá e disse que vai apresentar documentos e contar detalhes sobre o dinheiro repassado pela empresa da família confirmar as acusações contra outros 19 parlamentares envolvidos com a máfia das ambulâncias no Conselho de Ética do Senado. Ele não adiantou os nomes.


TRÉGUA À VISTA
Integrantes do governo e da oposição que fazem parte da CPI dos Sanguessugas podem fazer um acordo na sessão administrativa de hoje para evitar a convocação dos ex-ministros da Saúde Humberto Costa e José Serra durante a campanha eleitoral. A idéia é aprovar, entre os 130 requerimentos pendentes para serem votados na comissão, os que podem servir para adiantar as investigações e promover uma espécie de trégua na reta final da campanha. O petista é candidato ao governo de Pernambuco e o tucano, ao de São Paulo. Líder da minoria na Câmara e integrante da CPI, José Carlos Aleluia (PFL-BA) deve tratar do assunto com o presidente da CPI, o petista Antônio Carlos Biscaia (RJ).




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