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NOMEAÇÕES - Começa a faxina no Congresso

A liderança do PL exonerou 19 servidores e contratou outros oito no dia 28. Mas esses servidores não estavam desviados de função. O novo Líder, Luciano Castro (RR), assumiu o cargo em março e decidiu dar um caráter mais técnico ao quadro de assessores da liderança. Antes, porém, analisou o desempenho de cada servidor.


Lúcio Vaz e Fabíola Góis
Da equipe do Correio

Ronaldo de Oliveira/CB - 17/5/05
Renildo Calheiros: duas assessoras foram exoneradas
 
A Câmara dos Deputados começou, ainda que timidamente, a fazer a faxina nos cargos de confiança lotados em órgãos técnicos e desviados para gabinetes de parlamentares e lideranças partidárias. O boletim administrativo do dia 28 publicou uma relação de 34 exonerações e 14 nomeações de cargos de natureza especial (CNEs). O Correio revelou no dia 17 deste mês a existência de 600 cargos de confiança ocupados por apadrinhados de parlamentares. Documento interno reservado revela quem fez a indicação para cada cargo. Só o primeiro-secretário da Casa, Inocêncio Oliveira (PL-PE), fez indicações para 55 cargos.

A Mesa Diretora da Câmara se reúne amanhã para discutir as novas regras às quais serão submetidos ocupantes de CNEs. Entre as medidas previstas está a assinatura de ponto. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-AL), mostrará aos deputados o formulário de recadastramento dos CNEs. A intenção é evitar a manutenção de funcionários fantasmas e que estejam lotados em outros estados.

Entre os exonerados está Bernadete Firmino dos Santos, que fora contratada pela Coordenação de Registro Profissional e deveria estar lotada na quarta secretaria, por indicação do quarto-secretário da Câmara, João Caldas (PL-AL). Mas Bernadete mora em Limoeiro (PE), ganha R$ 1,9 mil e trabalha como cabo eleitoral do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE). Mesmo após renunciar ao mandato, acusado de receber propina do proprietário de um restaurante da Câmara, Severino contava com esse e mais 12 CNEs.

Corregedor
Também perdeu o emprego Maria Eduarda Gordilho Lomanto, filha do ex-deputado Leur Lomanto (PFL-BA), que fora contratada pela Diretoria Administrativa, mas estava efetivamente lotada no gabinete na segunda vice-presidência da Câmara, por indicação do segundo vice-presidente, Ciro Nogueira (PP-PI), o corregedor da Casa. Ela ocupava um CNE-11, com salário de R$ 3,9 mil. Ciro fez indicações para 39 CNEs.

Foram exoneradas duas assessoras nomeadas por indicação de Renildo Calheiros (PCdoB-PE), irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e colega de bancada de Aldo. Valentina Pinheiro Gomes, contratada pela Coordenação de Registro Funcional, com salário de R$ 3,9 mil, estava à disposição do gabinete de Renildo. Francina Neves, lotada oficialmente no gabinete da presidência da Câmara, com salário de R$ 2,3 mil (CNE-14), trabalhava efetivamente no gabinete da liderança do PCdoB.

Dois assessores contratados por indicação do deputado Lincoln Portela (PL-MG) também foram exonerados. Luiz Alexandre Buaiz e Andréia Espírito Santo estavam lotados na Diretoria Geral, com salário de R$ 1,9 mil (CNE-15), Mas estavam à disposição da liderança do PL. Marcelino Fraga (PMDB-ES) perdeu o assessor Henrique Nascimento, que fora contratado pela Diretoria Administrativa, com salário de R$ 2,8 mil (CNE-13), mas trabalhava no seu gabinete.

A liderança do PL exonerou 19 servidores e contratou outros oito no dia 28. Mas esses servidores não estavam desviados de função. O novo Líder, Luciano Castro (RR), assumiu o cargo em março e decidiu dar um caráter mais técnico ao quadro de assessores da liderança. Antes, porém, analisou o desempenho de cada servidor.


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