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CURTAS CURTÍSSIMAS - Por Francisco Espiridião

Há candidatos "se achando". Pensam estar abafando, ao propor o cultivo da cana-de-açúcar. Cultura muito boa, aliás, para os detentores dos meios de produção. Para o trabalhador, cheira a regime de escravidão. Foi assim no passado, é assim hoje, e pelo visto o será ainda por muito tempo.


Proposta, qual?
Quase nada de tão substancial surgiu até agora entre as propostas dos candidatos, não importa o matiz. O horário político, aguardado com tamanha esperança, cheira a fiasco. A circo. O que se viu até agora foi muita falácia, retórica, conversa pra boi dormir.

Engodo à vista
Há candidatos "se achando". Pensam estar abafando, ao propor o cultivo da cana-de-açúcar. Cultura muito boa, aliás, para os detentores dos meios de produção. Para o trabalhador, cheira a regime de escravidão. Foi assim no passado, é assim hoje, e pelo visto o será ainda por muito tempo.

Subemprego
A máxima vale para qualquer cantão desse país. Não importa se nos tradicionais redutos nordestinos ou nas ricas fazendas do interior paulista. Os canaviais são pródigos em produzir álcool, açúcar, vinagre, garapa, riqueza para os donos, tudo. Menos emprego digno para o espoliado trabalhador. 

Mistério
Há algo de podre no reino da Dinamarca. Processos de improbidade administrativa ajuizados pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual dormitam anos e anos nas gavetas das respectivas Justiças, sem que qualquer decisão seja tomada. Outros correm com celeridade tal que impressiona ao mais desavisado observador. Mistérios...

Perguntinha à toa:
Ele nega. Mas, ainda que fosse verdade, qual a diferença entre o deputado Messias de Jesus (PL) distribuir leite para matar a fome de algumas crianças desnutridas, esquecidas em ponto longínquo do estado, e o governo Lula dar o Bolsa Família para sustentar 11 milhões de brasileiros sem emprego, sem teto, sem dignidade?

Ponto de partida
"Política a gente faz com quem a gente tem, não com quem a gente quer". A frase é do presidente Lula, que acrescenta: "Esse é o jogo real da política e precisou ser feito por quatro anos para que nós pudéssemos chegar hoje numa situação altamente confortável do ponto de vista econômico, político e social".

Meio da viagem
Agora, fica claro que o presidente é um adorável farsante. Passou a crise toda jurando de pés juntos que havia sido traído, que não sabia de nada, que nunca viu nada. Agora, com suas próprias palavras, admite que pagou o mensalão. Fez "o jogo real da política", próprio de governante sem base de sustentação. 

Destino incerto
Se o brasileiro foi pego de surpresa com a mudança de rota de Lula-PT, com relação à ética, não o será para um provável segundo mandato. Agora todos sabem quem é o verdadeiro Lula-PT. Nem sombra daquele que foi considerado o mais aguerrido líder sindical que o país já vira. 

De novo
Não resta dúvida que um dos maiores problemas que Lula enfrentará em seu quase certo segundo mandato será o mesmo do primeiro: a falta de maioria no Congresso. Sem a qual fica praticamente impossível governar. A expectativa do PT é eleger entre 80 e 90 deputados, mas há quem acredite que não passa da metade disso.

Último cartucho
Para superar essa deficiência, Lula aposta no trabalho árduo. No corpo-a-corpo. Decidiu que será, pessoalmente, cabo eleitoral de candidatos dos partidos que formam a base aliada: PMDB, PSB, PRB e PC do B. A esperança nos arraiais do PT é que o carisma do presidente possa surtir efeito positivo em favor dos candidatos aliados.

Previdência...
A ONG Contas Abertas denuncia que, enquanto o governo reclama de déficit na previdência, da ordem de R$ 37,6 bilhões, 585 milhões de reais estão esquecidos nos cofres do Tesouro Nacional. Dinheiro oriundo da jogatina patrocinada pela Caixa Econômica Federal, destinado à seguridade social, da qual a previdência faz parte. 

...surrupiada...
Do início do ano até maio de 2006, a CEF já havia repassado cerca de R$ 305 milhões à seguridade social. Estima-se que parte da diferença corresponde a alguns resquícios da verba das loterias do ano anterior que ficaram no caixa do Tesouro e não foram aplicados em saúde, previdência e assistência social.

...pelo superávit
Para o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, Roberto Piscitelli, reter os valores destinados pelas loterias à seguridade social é uma forma de garantir superávit. "O dinheiro está disponível na conta da seguridade, mas não é usado. Fica parado para ajudar a fazer o superávit (dinheiro para pagar serviço da dívida)".

Jogando a toalha
Dizendo-se "profundamente decepcionado" com o rumo que a política tomou nos últimos tempos, o senador Jefferson Perez (PDT-AM) anunciou ontem, em discurso no Senado, sua decisão de desistir da vida pública.

Enfastiado
Vice na chapa do "candidato-de-uma-nota-só" Cristovam Buarque (PDT-DF) à Presidência da República, Perez disse que permanece no Senado pelos próximos quatro anos para completar o mandato. Depois, adeus! "Podem até eleger o Fernandinho Beira-Mar, eu não me importo mais".

Versículo do dia:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas." (Efésios 2.8-10).

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