- 23 de julho de 2025
A prisão de nove membros da magistratura em Rondônia, efetuada pela Polícia Federal, foi golpe duro que repercute em áreas e setores do país, atordoando os que cometem falcatruas e se sentem impunes. Paulada desconcertante na cabeça dos que se sentem inatingíveis! Será que as coisas no Brasil estão começando a mudar?
Foram presos o presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, desembargador Sebastião Chaves e o presidente da Assembléia Legislativa, Carlão de Oliveira, entre outros. Vejam só: um desembargador, presidente de um TJ, envolvido nos mais vergonhosos crimes, preso e algemado e enfiado numa cela da Polícia Federal.
Na Folha de S. Paulo do domingo (06), uma nota no Painel narrava que, "em privado, parlamentares da CPI dizem acreditar que o ministro Gilmar Mendes (STF), decretou segredo de Justiça no processo (das Sanguessugas) para preservar o ex-colega Nelson Jobim, cujo filho é citado em depoimentos de membros da quadrilha".
Isso, em decorrência de despacho sigiloso "no início da investigação da máfia das ambulâncias", quando o juiz federal Jefferson Schneider (MT) "relatou a existência de indício de que os Vedoin haviam tentado subornar familiares de um ministro do Supremo".
Um dia, a casa cai! O problema é que os mandatários não explicam nada, nem se justificam diante de seus atos. A Câmara Municipal de Boa Vista já deveria ter despachado o pedido de CPI com relação às denúncias de pagamento em duplicidade do Terminal Rodoviário do Caimbé, Vila Olímpica e outros. Que candidatos se pretendem eleger, quando nada se apura com relação aos principais implicados?
A ex-prefeita de Boa Vista Teresa Jucá (PPS), está disputando o Senado. Se for eleita, terá pelo menos oito anos de "refresco" com relação às acusações de desvios em que é apontada, beneficiada por lei aprovada no apagar das luzes da gestão FHC (1995-2003). Há de se promover reforma indispensável, pondo-se fim à bandalheira.
A lei, que beneficia mandatários e demais figurões, de autoria do deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), determina que autoridades só devem ser julgados pelo STF. Como o Supremo não dispõe de condições para cuidar dos milhares de processos para lá encaminhados, eles se acumulam.
O que Teresa Jucá juntamente com seu marido, senador Romero Jucá Filho (PMDB), fizeram lá na Prefeitura (são acusados de desvio de recursos financeiros em profusão), não deveria ser recompensado com a possibilidade de um mandato eletivo. Quando será dado um basta a tudo isso? Quando os prevaricadores serão impedidos?
O caseiro Francenildo dos Santos Costa (Nildo), que denunciou o então ministro da Fazenda Antônio Palocci, afirmou estar "decepcionado com o país". Ele se mostra preocupado com o fato de Palocci e demais envolvidos em escândalo estarem disputando mandatos, em plena campanha eleitoral, "sem nenhum tipo de reação dos brasileiros".
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, proibiu a quebra do sigilo telefônico do ex-ministro, alegando "não haver prova de sua participação na violação do sigilo bancário do caseiro". O mesmo juiz que mandou soltar o líder do MLST, Bruno Maranhão e seus subordinados mais próximos.
Alegou que "se eles tivessem sido atendidos pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), a quebradeira teria sido evitada". Incrível, mas isso foi escrito. Temos, todos nós, imenso trabalho à frente, no sentido de se tentar brecar disparates de tal naipe. Ou se toma alguma providência, ou estaremos todos perdidos.
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