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BANALIZAÇÃO DE HORRORES - Márcio Accioly

Nada mais faz sentido. Não bastasse isso, verifica-se que a Rede Globo de Televisão, responsável pela desmoralização dos costumes (na conversão do país num antro de devassidão), parece disposta a aprofundar distorções comportamentais (geradas por seus programas pornográficos), sem dissimular.


Os escândalos que pipocam em todo o Brasil se acumulam de maneira tão impressionante que o sentimento de repulsa vai se transformando em indiferença. Vivemos numa sociedade muito perigosa. Onde o desvio do dinheiro público, a desfaçatez e a pouca-vergonha são fatos corriqueiros.

Nada mais faz sentido. Não bastasse isso, verifica-se que a Rede Globo de Televisão, responsável pela desmoralização dos costumes (na conversão do país num antro de devassidão), parece disposta a aprofundar distorções comportamentais (geradas por seus programas pornográficos), sem dissimular.

A nova novela das oito (Páginas da Vida) ultrapassa todos os limites aceitáveis que se devem impor a emissora aberta, pois envergonha os lares e estimula a juventude à obscenidade e ao desrespeito.

O mais preocupante é perceber que a TV dos Marinhos procede como se nada tivesse a ver com a grave incidência de gravidez na adolescência, num país onde boa parte das jovens até 17 anos de idade são mães de até três ou quatro filhos. A nova novela das oito nada fica a dever a filmes pornográficos.

Mas onde se encontra a autoridade responsável pelos órgãos de comunicação? Segundo a revista IstoÉ desta semana, pelo menos no caso do ministro das Comunicações, Hélio Costa (ex-repórter do Fantástico da Rede Globo), muito bem, sim senhor! Sua excelência acaba de reforçar o pé-de-meia de um amigo.

Participando de negociação pra lá de suspeita, num acordo em que a Telebrás foi obrigada a arcar com a quantia de quase 254 milhões de reais. O acordo teve a participação direta de Hélio Costa, e seu amigo Uajdi Menezes Moreira já recebeu uma parcela de 59 milhões e 500 mil reais.

Dinheiro da União, da população que trabalha e vive à míngua, obrigada a suportar vivarachos que alardeiam a condição de seus representantes. O escândalo é tão ruidoso que tirou momentaneamente de foco a máfia dos sanguessugas, cuja CPI se agiliza em Brasília em ritmo de prometida impunidade.

Esse caso contra a Telebrás teve desfecho que deixou de boca aberta a maioria dos advogados, tributaristas e administradores que já lidaram com caso parecidos. Pura bandalheira, sem camuflagem.

Uajdi Menezes Moreira, segundo a IstoÉ, é dono da VT1 Produções e Empreendimentos Ltda., responsável por trazer para o Brasil a idéia dos sorteios através do serviço 0900, realizados pela Televisão a partir de chamadas telefônicas.

Ele fechou contrato com a Embratel e a Telebrás "para operar o sistema". Como "em 1998 os pagamentos foram suspensos de forma unilateral", Uadji resolveu entrar com um processo judicial, já que se sentiu lesado. Ao longo de audiências e citações, os números referentes a uma possível indenização foram aumentando.

Através de acordo com o empresário, em fevereiro de 2005, a Embratel (privatizada por FHC) saiu do processo. Deixaram a Telebrás assumir sozinha, numa ação cuja velocidade causou surpresa aos habituados a tramitações dessa natureza. Caso típico de incontestada suspeição.

No final, o peso de Hélio Costa foi decisivo. E seu amigo empresário, em cuja companhia foi visto no Japão e em Miami, lavou a burra por assim dizer. O caso deverá reverberar pelos meios políticos e certamente exigirá posicionamento do presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), nosso amável beberrão que nunca sabe de nada.

Até quando iremos suportar passivamente tantos absurdos?

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