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BOBAGEIRA COMO RESPOSTA - Márcio Accioly

Convido o ilustre senador a um debate público, na universidade ou numa faculdade e a publicar este artigo no seu jornal. Mas convido também, à ex-prefeita, a explicar o superfaturamento do Caimbé, Vila Olímpica e coleta do lixo. O espaço aqui, ao contrário daquele nos órgãos de comunicação que adotam a linha do senador, estará sempre disponível ao debate.


Vamos aos fatos: no dia 31 de janeiro deste ano da graça de 2006, o engenheiro eletricista Cláudio Roberto Firmino de Oliveira compareceu à presença do Dr. Fábio Almeida Alencar, assessor jurídico da Procuradoria da República em Roraima, prestando depoimento devastador contra a então prefeita Teresa Jucá (PPS).

Entre outras coisas, afirmou que todos "os projetos efetuados pela PMBV (Prefeitura Municipal de Boa Vista), para a construção do Terminal Rodoviário do Caimbé foram efetivamente superfaturados". Material e dinheiro foram desviados para a construção de estúdio de televisão pertencente ao senador Romero Jucá Filho (PMDB).

O engenheiro possui recibos, notas fiscais e provas irrefutáveis da ação praticada contra os cofres públicos, mostrando como se montou verdadeira quadrilha em cumplicidade com o senador Filho.

Garantiu que um transformador de 75 kva (o qual deveria ter sido instalado no Terminal do Caimbé) foi parar no estúdio de televisão de sua excelência e substituído por dois usados, recondicionados, comprados na Casa do Eletricista em Manaus.

Tal denúncia é facílima de ser constatada. Basta efetuar perícia. A esse respeito, requeri, inclusive, formação de CPI na Câmara Municipal de Boa Vista.

Nos autos de Inquérito Policial instaurado, conduzido pelo delegado de Polícia Civil Alan Gonçalves, expediu-se pedido de mandado de busca e apreensão para localizar três das cinco centrais de ar condicionado carregadas para o estúdio, ainda de acordo com o depoimento. Incluía a apreensão do transformador novo de 75 kva.

No banco de dados da BOVESA, constavam os nomes de Paulo Roberto de Lima e Romero Jucá Filho, como proprietários do imóvel que abriga o estúdio. No banco de dados da CAER, figurava apenas o nome do primeiro personagem.

Por onde anda o mandado? Qual o resultado? O fato de Romero Jucá Filho ser senador, impediu a busca e apreensão? Tais perguntas precisam ser respondidas.

Agora, em "resposta" publicada no Fontebrasil (quarta-feira, 26), Filho mistura alhos com bugalhos e sarapatel com sapatilha. Afirma que Cláudio Roberto não é diplomado como engenheiro, como se sua desqualificação apagasse as denúncias. Não cabe a mim, investigar quem é graduado ou não. Isso é assunto da Justiça.

Quanto ao fato de ser "líder do governo federal no Senado", não é mérito, é demérito. Exposição ao opróbrio. Esse governo petista, de intermináveis escândalos, já teve 40 de seus principais integrantes denunciados pelo procurador-geral da República por "formação de quadrilha". E mais virão. Como se assumir líder de tal gestão?

Ao dizer que foi "ministro da República", Filho omitiu o fato de ali ter permanecido (a duras penas) escassos quatro meses, derrubado por denúncias das mais vergonhosas. Título igual ao da viúva Porcina, "a que foi sem nunca ter sido".

Foi flagrado pela Folha de S. Paulo numa negociata com o Basa, onde apresentou (segundo o jornal) sete fazendas inexistentes como garantia de empréstimo milionário concedido por aquela instituição financeira.

Como o senador pode falar em "usar espaço em veículos de comunicação para interesses pessoais", se os que obedecem à sua orientação nada publicam a respeito de falcatruas atribuídas a si e a seu grupo político? Convido o ilustre senador a um debate público, na universidade ou numa faculdade e a publicar este artigo no seu jornal.

Mas convido também, à ex-prefeita, a explicar o superfaturamento do Caimbé, Vila Olímpica e coleta do lixo. O espaço aqui, ao contrário daquele nos órgãos de comunicação que adotam a linha do senador, estará sempre disponível ao debate.

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