Fronteira - Posto da PDVSA facilita a vida de turistas

 O antigo problema no abastecimento de veículos em Santa Elena de Uairén, cidade venezuelana na fronteira com o Brasil, está sendo dizimado desde a instalação, em maio deste ano, da posto de combustíveis da PDVSA, estatal com funções parecidas às exercidas pela Petrobras. Os turistas brasileiros estão sendo beneficiados.

O posto de abastecimento de gasolina e diesel, de propriedade e controle do governo da Venezuela, acabou com as intermináveis filas diárias nos outros dois pontos de venda de combustíveis em Santa Elena de Uairén. "Nós atendemos aos brasileiros com rapidez e segurança", comemora Carlos Triviño, gerente da estação da PDVSA.

A realidade não lembra o tormento enfrentado por quem visitava ou passava por Santa Elena de Uairén na hora de abastecer o veículo. As filas eram motivadas pela diferença exorbitante no preço do litro cobrado na Venezuela e em Boa Vista. O da gasolina, por exemplo, era de cerca de R$ 0,20 contra R$ 3,00, respectivamente.

A disparidade de custo, associada à crise social e à escassez de emprego existente em Roraima, estimulava o descaminho de combustíveis da Venezuela para o Brasil. A mudança deste cenário, pelo menos no ponto oficial de abastecimento na fronteira, decorre do valor cobrado no posto internacional e da maior fiscalização.

O litro de gasolina varia, dependendo da qualidade, entre 1.130 e 1.221 bolivares, algo em torno de R$ 1,13 e R$ 1,22, conforme o câmbio adotado na estação da PDVSA, que é de R$ 1 para 1.000 bolivares. O de diesel é 1.045 bolivares ou R$ 1,04. A elevação do preço é a única queixa que persiste entre os consumidores do Brasil.

ESTRUTURA - A PDVSA montou uma estrutura capaz de atender a demanda brasileira. São três bombas de gasolina com capacidade de abastecer seis veículos ao mesmo tempo e uma de óleo diesel. Cinco tanques permitem o armazenamento de 220 mil litros de combustíveis, sendo 150 mil de gasolina e 70 mil de diesel.

"Não falta combustível, a não ser em caso de eventuais problemas no transporte até o posto da PDVSA, que representa o governo Hugo Chávez por meio do Ministério da Energia e Petróleo da Venezuela", declarou Carlos Triviño ao detalhar que registrou aumento no movimento em julho por causa do período de férias no Brasil.

A unidade estatal de abastecimento foi inaugurada em 24 de maio deste ano. A média comercializada por dia é de 22 mil litros de combustíveis, dos quais aproximadamente 70% é de gasolina e 30% de diesel. O horário de funcionamento vai, ininterruptamente, das 8 às 17 horas de segunda-feira a sábado e das 8 às 12 horas aos domingos. 

RIGOR - Além do aumento do preço, a fiscalização está mais rigorosa para o abastecimento oficial. O descaminho, conforme apuração em Santa Elena de Uairén, é mantido a partir de venezuelanos, que abastecem nos dois postos antigos e repassam o combustível a brasileiros, responsáveis por transportá-lo e revendê-lo em Roraima.

Para abastecer no posto da PDVSA, o brasileiro precisa obter autorização, limitada em uma por dia, na unidade fronteiriça da Receita Federal. Basta apresentar o documento do carro e a habilitação. A média de atendimento diário de segunda a sexta-feira é de aproximadamente 170 veículos. Esse número salta para 300 nos finais de semana.