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DINHEIRO AOS BORBOTÕES - Márcio Accioly

Em Boa Vista, a Procuradoria da República em Roraima notificou a prefeitura para que não remova um só parafuso do Terminal Rodoviário do Caimbé, sem autorização oficial. É que se notou estranho movimento lá pelas bandas daquele Terminal, perto dos transformadores lá instalados.


Cada eleição tem sua própria história. Não adianta querer transpor situações de um lugar para outro (nem em disputas eleitorais nem na própria existência), pois cada caso é um caso. Além disso, nada se explica e tudo se confunde. Quem é capaz de possuir fórmula mágica que desvende insondáveis segredos?

As eleições de outubro próximo devem ser classificadas como "atípica". De acordo com o dicionário Houaiss, o adjetivo atípico significa: "que se afasta do normal, do característico; anômalo, incomum, raro".

Diante de tanta denúncia de corrupção (na bandidagem explícita e declarada, quase sempre impune), aguardam-se mudanças e surpresas. E os maiores surpreendidos serão os próprios envolvidos que se imaginam imbatíveis.

Toda eleição, na qual os favoritos são tidos como absolutamente invencíveis, acontece, vez por outra, o inverso. Ganha quem menos esperava. E as próximas eleições serão atípicas por conta disso. Basta observar o rumo que vão tomando as pesquisas.

Há até um mês, imaginava-se que a eleição presidencial seria decidida entre o candidato Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Dom Luiz Inácio (PT-SP). De repente, aparece a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), sem dinheiro, mas com discurso moralizante, condizente com seu comportamento, e o caldo já ameaça entornar.

Quantas vezes vimos e ouvimos um ou outro dizer que essa reeleição não há quem tire de nosso amável beberrão? Pois, agora, o horizonte começa a projetar nuvens sombrias sobre o futuro político de nosso querido pé-de-cana.

E já se projeta também, inclusive, a possibilidade de sua excelência servir como bode expiatório numa possível condenação por improbidade administrativa e desvio de recursos públicos. Mas as coisas demoram a acontecer. Mesmo com o país mergulhando na guerra civil, pressionado por bandidos que se situam no Estado e na marginalidade.

Em Boa Vista, a Procuradoria da República em Roraima notificou a prefeitura para que não remova um só parafuso do Terminal Rodoviário do Caimbé, sem autorização oficial.

É que se notou estranho movimento lá pelas bandas daquele Terminal, perto dos transformadores lá instalados. Como se sabe, o engenheiro eletricista Cláudio Roberto Firmino de Oliveira denunciou que a construção do Terminal foi superfaturada, paga em duplicidade. Ele acusa diretamente a ex-prefeita Teresa Jucá (PPS) e seu marido.

Cláudio possui documentos e cópias em vários locais e com amigos, para o caso de lhe acontecer, digamos, algum "acidente". Quem verifica os gastos efetuados com o Caimbé e a Vila Olímpica, além de contratos milionários com empresas que recolhem o lixo da capital roraimense, fica impressionado com a atuação da ex-prefeita.

Dentro de alguns dias estará chegando a Boa Vista uma equipe técnica designada pelo TCU - Tribunal de Contas da União, trazendo contador, engenheiros civil e eletricista para realizar perícia na construção do Caimbé.

É preciso que se revele imediatamente o que aconteceu também na construção da Vila Olímpica, analisando-se documentação que Cláudio Roberto exibe. Numa cidade onde a periferia se encontra mergulhada na lama e na miséria, não existe um pronto-socorro municipal, mas há pistas de treinamento para crianças famintas.

Todas essas obras foram superfaturadas em milhões de reais! Construídas sob responsabilidade de uma empresa que, segundo Cláudio Roberto, pertence ao senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR).

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