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O jornalismo e a regulamentação profissional - Por Edileuson Almeida*

O que parece uma vitória dos jornalistas pode ir para o ralo. Depois de sobreviver aos ataques de 1/3 do Congresso Nacional (donos de veículos de comunicação) que o queria ver na lixeira, o projeto ansiado pela categoria é bombardeado pelos donos da mídia. E corre sério risco de veto presidencial, afinal Lula não quer inimizade nessa hora do campeonato, menos ainda com os donos do poder, digo, da mídia.


Depois de quase três anos tramitando no Legislativo
chega para sanção do presidente Lula o projeto de lei
que atualiza a regulamentação profissional do
jornalista. O presidente tem até o dia 28 de julho
para sancionar ou vetar (parcial ou totalmente) o
Projeto de Lei Complementar 079/2004.

O que parece uma vitória dos jornalistas pode ir para
o ralo. Depois de sobreviver aos ataques de 1/3 do
Congresso Nacional (donos de veículos de comunicação)
que o queria ver na lixeira, o projeto ansiado pela
categoria é bombardeado pelos donos da mídia. E corre
sério risco de veto presidencial, afinal Lula não quer
inimizade nessa hora do campeonato, menos ainda com os
donos do poder, digo, da mídia.

A idéia, coordenada pela Fenaj (Federação Nacional dos
Jornalistas), é mobilizar todos os profissionais da
mídia para enviar mensagens eletrônicas ao presidente
solicitando a sanção do projeto. É hora de
contra-atacar.

Os donos da mídia sempre prezaram e lutaram pelo fim
da exigência de formação para o exercício do
jornalismo. Enquanto o Ocidente inteiro já entendeu e
exige um profissional de jornalismo com formação,
muitos veículos (principalmente na Europa e Estados
Unidos) só contratam quem está em formação continuada.
Isso mesmo, ter diploma só não basta.

Os que agem na contra-mão, na sua maioria, são
políticos-proprietários de mídias, que querem a
liberdade de criar seus jornalistas de conveniência,
sem compromisso com um jornalismo ético e responsável.
Para exemplificar: basta assistir, ler ou ouvir a
mídia neste período eleitoral. Para uns pedrada, para
outras rasga de ceda. Jornalismo de subserviência.

O que incomoda os donos do poder é a possibilidade de
inclusão, "na legislação já existente, funções
consolidadas mais recentemente em conseqüência de
transformações do jornalismo, como, por exemplo, a de
assessoria de imprensa. Também corrige injustiças
históricas cometidas, entre outros, contra o repórter
fotográfico, o repórter cinematográfico, o diagramador
e o ilustrador, por não incluí-los entre funções de
nível superior, o que sempre motivou brechas para a
exploração destes profissionais por parte dos
patrões", segundo o presidente da Fenaj, Sérgio
Murillo.

O projeto pode ser consultado no sitio do Senado
Federal (senado.gov.br) ou da Fenaj (Fenaj.org.br).
Aos colegas jornalistas o endereço virtual do
presidente Lula: [email protected].

* Jornalista (UFRR), Mestre em Ciências da Comunicação
(USP)

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