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Já pra cama! - VALDO CRUZ

Num dia, Ana Paula Arósio, na pele da personagem Olívia, se despe na frente de Edson Celulari. Tudo termina numa cena de sexo não-explícito. No seguinte, uma mulher de 68 anos faz apologia da masturbação, diz que aprendeu o que é "gozar" e que não precisa de homem. São passagens da nova novela global "Páginas da Vida".


BRASÍLIA - Num dia, Ana Paula Arósio, na pele da personagem Olívia, se despe na frente de Edson Celulari. Tudo termina numa cena de sexo não-explícito.
No seguinte, uma mulher de 68 anos faz apologia da masturbação, diz que aprendeu o que é "gozar" e que não precisa de homem.
São passagens da nova novela global "Páginas da Vida". A continuar nessa trilha, poderia mudar seu nome para "Páginas da Apelação".
Longe de mim defender qualquer tipo de censura, seria um retrocesso. Mas as últimas cenas da novela mostram que é preciso cobrar responsabilidade das TVs.
Dizer que a de Arósio e Celulari foi ao ar depois das 22h é um truquinho para enganar a classificação indicativa, que libera a novela para o horário das 21h.
As crianças que começaram a assistir ao capítulo não vão dormir antes do seu término. E a cena, que começa como quem não quer nada, de repente mostra dois corpos nus sugerindo sexo.
Não creio que elas, as crianças, estejam preparadas para presenciar esse tipo de sugestão. Como também não estão para ouvir uma mulher dizer como descobriu os prazeres da masturbação.
Por sinal, sobre esse depoimento, o próprio autor da novela, Manoel Carlos, reconhece que foi forte demais e vai sugerir mais rigor.
O fato é que, enquanto na TV paga há opções de controle, na aberta é muito difícil selecionar o que nossos filhos podem assistir -a não ser a velha proibição. Daí a maior responsabilidade das emissoras.
Se não deve, nem pode, censurar, o Ministério da Justiça tem a obrigação de acompanhar a programação para notificar os excessos. Aí, cabe ao Ministério Público acionar as TVs. E deve fazê-lo. Agora, o autor já obteve o que queria: polêmica para seu produto. Tomara que fique por aí. Se não, melhor dizer: "Crianças, já pra cama".

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