- 23 de julho de 2025
RIO DE JANEIRO - Já imaginaram o que aconteceria se a televisão passasse a usar com políticos e autoridades diversas a leitura labial que tanto deu o que falar na Copa do Mundo?
Fora dos discursos ensaiados e das respostas prontas, a gente poderia entender melhor o que pensam de verdade aqueles que dirigem países e destinos alheios.
Ontem, bastou um microfone aberto no encontro do G8, em São Petersburgo, para revelar como George W. Bush, no particular, vê a guerra que destrói outra vez o belo Líbano: ele torcia para que a Síria tivesse interferido "para o Hizbollah parar com essa merda", cochichou, sorridente, ao colega Tony Blair. E rindo ficou a dupla poderosa, enquanto às margens do Mediterrâneo chovem bombas e mísseis.
Depois da cena, dá vontade de saber com que palavrão Lula há de se referir, na intimidade, àqueles que só lhe causaram -do seu ponto de vista- problemas no último ano? E por qual nome ele chama seus adversários?
O que cochichará Geraldo Alckmin quando não precisa franzir a testa para prometer muito trabalho e choques de gestão? O que ele pensa de quem costuma lembrar a sua parcela de responsabilidade na atual crise de segurança em São Paulo? O que dizem em voz baixa deputados e senadores nas conversas ao pé do ouvido nas sessões do Congresso e fora das luzes de TVs nas plenárias das CPIs? Será que dava para publicar?
Um bom serviço prestariam os surdos-mudos da TV se lessem os lábios dos homens públicos. Bastaria um minutinho no jornal antes da novela com o flagrante do dia. Um quadro didático para desnudar os reis. Podia ser até uma vez por semana, reunindo os "melhores" momentos, como no Mundial. Felipão não teve do que se envergonhar, já o Parreira..