- 23 de julho de 2025
Edersen Lima, Editor
Brasília - O que mais chamou a atenção no filme "Os suspeitos", vencedor de dois Oscars, foi a campanha publicitária onde os realizadores suplicavam ao público "não conte a ninguém o final do filme". Pronto. Estava alimentada a curiosidade popular em desvendar quem era Keyser Soze, autor de 27 mortes num navio húngaro que explodiu no cais.
Fora das telas, o que, no momento, chama atenção desde Editor é como uma boa história somada à vontade descontrolada do ser humano em fazer o bem ou o mal, pode manipular e induzir as pessoas, que nem o verdadeiro Keyser Soze, de "Os suspeitos".
No filme, uma grande mentira, um blefe sem tamanho são usados para distrair ou confundir o delegado que investiga o caso. Na vida real e em muitos casos, a vontade embriagada de enganar-se, de realizar sonhos, leva os mais inconseqüentes ao desvario das ilusões. São vítimas de blefes, e blefes os são. São marionetes num jogo de palavras e contra-informações. Complicam a si mesmos uma, duas, três e tantas vezes desejarem seus disciplinadores, seus senhores, seus algozes.
O final de "Os suspeitos" é surpreendente. Não vale aqui quebrar o pedido e estragar a surpresa pra quem ainda não o assistiu. O outro final, o da realidade, é triste e glorioso. Triste para os blefados que blefados continuarão. Glorioso para quem os manipula a fazer o que lhes interessa. Tem sido assim. Sempre assim.