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EDITORIAL - Herança de Teresa

Se Iradilson Sampaio não se explica à população, tem a quem puxar. Segue à risca a cartilha de Teresa, que jamais foi à TV ou rádio explicar por que foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por desvio de dinheiro público. Teresa não explicou também de onde veio tanto dinheiro transferido de sua conta particular para a da empresa do enteado, Rodriguinho Jucá.


A lua-de-mel da população boa-vistense com o novel prefeito Iradilson Sampaio, quem diria, durou muito pouco. O que mais chega pelo e-mail do Fontebrasil são reclamações de desconforto causado pelo descaso da prefeitura para com as ruas e avenidas da cidade, em função das chuvas.

O que não falta são áreas alagadiças em pleno perímetro urbano. Seja no Centro ou na periferia, tanto faz. A cantilena é a mesma, a falta de cuidado a drenagem das vias de acesso, causando inundação de casas e, consequentemente, ruas inteiras intrafegáveis.

Várias ruas transversais à avenida Mário Homem de Melo, na altura do Posto Abel Galinha 4, se transformaram numa lagoa só. A água, no meio da canela, vai da Mário Homem de Melo até a rua Princesa Isabel, maltratando uma população ordeira que merece todo o respeito dos governantes municipais, pois jamais deixou de pagar o IPTU ou qualquer outro imposto.

Se os prefeitos anteriores conheciam o problema e nunca trataram de solucioná-lo, não é, pois, de causar espanto a herança deixada pela prefeita Teresa Jucá ao atual. Pelo visto, Iradilson não herdou só os problemas de infra-estrutura da Capital. Herdou também a práxis da antecessora.

Há dois meses no cargo, o prefeito ainda não apareceu nenhuma vez em público para explicar a razão para tanto descaso com a população agonizante, não só com a água tomando suas casas, mas tendo também que arcar com prejuízos incalculáveis causados pela quebra dos carros que já não dispõem de ruas decentes para trafegar. Ruas e avenidas de Boa Vista se transformaram, enfim, em verdadeiras crateras.

Se Iradilson não se explica à população, tem a quem puxar. Segue à risca a cartilha de Teresa, que jamais foi à TV ou rádio explicar por que foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por desvio de dinheiro público. Teresa não explicou também de onde veio tanto dinheiro transferido de sua conta para a da empresa do enteado, Rodriguinho Jucá.

Neste ano, Iradilson não é candidato a nada. Talvez advenha daí o fastio de cumprir compromissos para com o povo. Sua atuação está mais para o "Tô nem aí!". E é bem capaz que em 2008 também não o seja. Fiel como é, pode até pensar que é obrigação sua devolver a Teresa a cadeira que agora ocupa no Palácio 9 de Julho.

Há quem diga que o dinheiro destinado à realização de serviços essenciais como tapar buracos e asfaltar decentemente a cidade esteja sendo poupado para ser aplicado em outras atividades do momento eleitoral. Não cremos nisso. Mas que parece, parece.

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