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EDITORIAL - Remando contra

Romero Jucá resolveu agora espalhar por todas as reuniões em que tem vez e voz que a importação de combustíveis da Venezuela para o estado é um sonho inatingível. Projeto "boquirroto", fadado ao chabu. Alega o senador que o estado não tem condições estruturais como equipamentos para dosagens e mistura com o álcool. Diz ainda que não existe em Roraima tanques para o armazenamento, enfim, que a Petrobrás não irá aprovar a empreitada.


A sabedoria popular diz que quem faz um cesto faz um cento, assim tenha cipó e tempo. Em se tratando de Romero Jucá Filho (PMDB), o senador pernambuncano de Roraima, é a pura verdade.

Não foi pouco o que Romero questionou Roraima quando o assunto no Congresso era aprovação de benefícios. Questionou com seu excesso dezelo em questionar de tudoe todos como dinheiro de CAF, por exemplo,foi liberado para o estado. Agora, volta ele à carga.

Romero resolveu agora espalhar por todas as reuniões em que tem vez e voz que a importação de combustíveis da Venezuela para o estado é um sonho inatingível. Projeto "boquirroto", fadado ao chabu.

Alega o senador que o estado não tem condições estruturais como equipamentos para dosagens e mistura com o álcool. Diz ainda que não existe em Roraima tanques para o armazenamento, enfim, que a Petrobrás não irá aprovar a empreitada.

Invoca as maiores dificuldades possíveis para desacreditar um projeto que tem em seu âmago o objetivo único de facilitar a vida dos roraimenses. Com a vinda dos combustíveis da Venezuela, ao invés de pagar 3 reais no litro da gasolina, o roraimense pagará nada mais de um real e trinta centavos. O litro do diesel despencará de 2,70 para 1 real.

Além dessa queda nos preços dos combustíveis ao consumidor, haveria ainda vantagens periféricas. Tudo relacionado a combustíveis sofreria redução de preço. Estamos falando aqui de frete de mercadoria, passagem de ônibus, insumos agrícolas etc.

É claro que as dificuldades na execução do projeto serão muitas e igualmente desafiadoras. Se fosse fácil alguém já teria feito. Mas não são intransponíveis. Para tudo há uma saída, desde que haja boa vontade. Veja o projeto de fruticultura do alto sertão pernambucano. Alguém disse ser inviável. Não era.

Feito desmancha prazeres, Romero não perde a velha mania de pôr areia nas coisas alheias. Foi assim com a energia elétrica importada de Guri. Hoje, jura de pés juntos que nada fez para impedir. Mas a história com "H" mostra outra versão. 

O projeto de pavimentação da BR-174 sofreu atraso de dois anos. Isso, porque havia interferência explícita de Jucá em nome da política partidária. Não se afinava com o governador da época, Neudo Campos. Por isso, impunha toda sorte de empecilho à sua administração. Pouco se importava com o fato de ser o cidadão quem pagava o ônus da picuinha.

Já que o projeto de importação de combustíveis é de tamanha importância para o desenvolvimento de Roraima e para o bem de seu povo, por que Romero não procura somar esforços no sentido de concretizá-lo?  Resposta: não encampa a idéia porque não lhe interessa que um projeto de seus adversários políticos dê frutos.

Aliás, foi esse mesmo Romero que disse que se o governo federal não resolvesse a questão da reserva Raposa Serra do Sol, ele deixaria o governo. Falou, sim. Mas tudo de mentirinha. Tudo papo furado. Depois do golpe tornou-se ministro de Lula e hoje é seu líder no Senado.

Bom deixar bem claro: Romero é líder do governo que ignorou solenemente as aspirações do estado de Roraima. Dando uma banana para o povo macuxi, Lula homologou a reserva como quis. Não adiantou choro nem vela. E Romero concorda com tudo, tanto que ningém ouviu qualquer tipo de protesto seu contra a homologacao feita. Sua palavra final aos desmantelos do Planalto é sempre a mesma: Amém.

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