Prefeitura faz obra em avenida e depois quebra tudo

Moradores da avenida Carlos Pereira de Melo, divisora dos bairros Caranã e Jardim Floresta, fazem sérias denúncias contra a Prefeitura de Boa Vista. Segundo eles, o município "jogou" dinheiro fora ao realizar no ano passado a pavimentação da via, e agora está quebrando tudo para colocar rede de drenagem.

A indignação dos moradores faz sentido. A Prefeitura começou as obras de pavimentação e duplicação da avenida em duas fases, a primeira em 2004 e a segunda no ano passado. A Assessoria de Comunicação da PMBV se negou a informar quantos milhões foram gastos na realização das duas etapas.

O comerciante Jonas Madureira, que mora na avenida há mais de oito anos, lamenta a falta de compromisso dos gestores públicos. "Porque a prefeita Teresa, antes de asfaltar, não colocou a rede de drenagem? Ela gastou milhões com a pavimentação e agora, infelizmente, apreciamos na porta de casa nosso dinheiro ser jogado fora", lamentou.

Madureira mostrou-se indignado com o desperdício e adiantou que iria reunir os moradores para formalizar a denúncia junto ao Ministério Público do Estado (MPE). "Alguém tem que tomar providências. É um absurdo o que fazem com o nosso dinheiro", reclamou.

A estudante Soraia de Souza, que também mora nas proximidades da avenida, criticou a ex-administração municipal. "A prefeita tem que pagar. Queria ver se ela fizesse a obra com o dinheiro do seu bolso, se não ia primeiro colocar a rede de drenagem para depois asfaltar. É muita irresponsabilidade", retrucou.

Além de quebrar parte do asfalto, a empresa responsável pela colocação dos tubos de drenagem foi obrigada a também quebrar parte da calçada. A obra está orçada em mais de R$ 800 mil. "Isso só acontece aqui em Boa Vista. Cadê as autoridades, que não enxergam tamanho desperdício?", questionou Soraia.

A Assessoria de Comunicação do Ministério Público Estadual (MPE) informou que até esta semana, os moradores do Caranã ainda não haviam comparecido ao órgão para formalizar a denúncia. Segundo garantiu a Ascom, o caso seria repassado aos promotores assim que a matéria fosse publicada.