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EDITORIAL - Alguém ainda lembra dos racionamentos?

Vale ressaltar que, se o consumidor roraimense não tem energia mais barata, é porque os políticos que controlam indiretamente a Eletronorte e a Bovesa, indicando inclusive seus superintendentes, assim não quiseram. Assim não querem. O empréstimo para a construção do linhão de Guri pagou-se em menos de dois anos.


Apesar da realidade que se vive em Roraima, nem tudo é ou pode ser críticado. Nem tudo são trevas em Roraima. A energia importada do completo de Macágua (Guri - Venezuela), perene e confiável, está prestes a completar cinco anos de instalada no estado.

Para quem não conheceu a realidade roraimense antes de seu advento, esse fato pode até passar despercebido. Mas, para quem conhece Roraima desde antes de setembro de 2001, é um feito que merece montar busto de seu idealizar em praça pública.

Não foram poucas as Copas do Mundo que em meio a um jogo importante, até mesmo da seleção brasileira, ficava-se a ver navios em razão da "força" cair sem qualquer aviso prévio. O resultado do jogo vinha muito tempo depois em razão do blecaute total. O gerador quebrava sem avisar a ninguém.

O normal mesmo eram os racionamentos. Prolongados e constantes, mergulhavam bairros inteiros da cidade em profundas trevas por horas seguidas. Meses seguidos. 

Esse suplício só teve fim depois que o ex-governador Neudo Campos decidiu enfrentar não só a fúria de determinado político local que, no Senado, tratava de pôr dificuldade em tudo que poderia se transformar em benefício para Roraima.

Na época, o que mais ocorria era o atraso na liberação dos recursos, por conta de expedientes os mais rasteiros possíveis, como o pedido de vistas aos processos. Além disso, remando contra, havia também a explícita má vontade de figurões da Eletronorte. Por fim, venceu o bom senso.

Quando ocorreu o grande apagão nacional, em 2001, que afetou todo o país, Roraima ficou de fora. Graças à entrada da energia de Guri. Enquanto o país inteiro sofria, os roraimenses não sofriam qualquer abalo com a diminuição de oferta de energia gerada pelas hidrelétricas nacionais.

O fornecimento para Roraima, como citamos acima, é abundante e confiável. É certo que as indústrias não se instalaram no estado conforme o esperado. Mesmo assim, é possível notar-se mudança substancial no dia-a-dia do comércio e do agronegócio locais.

Na realidade, a questão fundiária é a grande responsável hoje pela falta de incremento desenvolvimentista. Roraima não legisla sobre suas próprias terras. Esse descompasso tem sido o maior empecilho para o aporte de investidores. Ninguém quer arriscar perder tudo de uma hora para a outra. Energia existe, garantia da posse de terra, não. Quem se aventura a encarar?

Vale ressaltar que, se o consumidor roraimense não tem energia mais barata, é porque os políticos que controlam indiretamente a Eletronorte e a Bovesa, indicando inclusive seus superintendentes, assim não quiseram. Assim não querem.

O empréstimo para a construção do linhão de Guri pagou-se em menos de dois anos. A energia importada custa bem menos que a produzida por termelétrica. Mesmo assim, as taxas para o consumidor local não foram reduzidas. Hoje, o lucro das fornecedoras é algo fenomenal em cima do que é cobrado dos consumidores que, felizmente, nem lembram mais como era ter três horas de energia, e três sem. 

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