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EDITORIAL - Vale a pena esperar

Acreditamos que estes próximos quatro anos encerrarão um misto de despedida de velhas oligarquias e o advento de novos nomes, permitindo ao estado chegar à disputa eleitoral de 2010 com uma nova concepção, renovado e desvestido de velhos vícios, para o bem da sociedade local. Hoje, o que se vê é uma classe política desgastada, desacreditada.


A imprensa roraimense é um caso sério. Excluindo este Fontebrasil, nenhum outro veículo, seja rádio, jornal ou TV, gastou tempo num debate considerado dos mais importantes: a triste constatação de que Roraima vive momento de estagnação política. Não é à toa que os nomes postulantes ao governo neste 2006 sejam os mesmos de 16 anos atrás.

Esse fastio pelo debate de conjuntura, aliás, não ocorre só com a imprensa. Pelo que se sabe, os estabelecimentos de ensino superior do estado, que têm sobre si a responsabilidade de criar a massa crítica, também têm passado ao largo dessa questão.   

Este site, no entanto, não é tão cético assim. Acreditamos ser possível afirmar que na próxima eleição para o governo, em 2010, teremos renovação considerável de quadros, gente munida de uma nova visão de mundo.

Acreditamos que estes próximos quatro anos encerrarão um misto de despedida de velhas oligarquias e o advento de novos nomes, permitindo ao estado chegar à disputa eleitoral de 2010 com uma nova concepção, renovado e desvestido de velhos vícios, para o bem da sociedade local.

Hoje, o que se vê é uma classe política desgastada, desacreditada. Candidatos acusados de corrupção, de omissão. Impera, infelizmente, uma casta de homens públicos ultrapassados na forma de ver e de fazer política.

Espera-se que em 2010 as forças do mercado, do meio empresarial e, principalmente, do agronegócio, que hoje se indignam, ponham seus blocos na rua. Afinal, chega de desordem e promessas vãs, arrastadas por silencioso rio, sem qualquer responsabilidade entre a palavra empenhada e as ações factuais.

O fator primordial em administração pública é a continuidade. Veja o caso de Lula. O que fez durante estes três anos e meio foi apenas dar continuidade à política iniciada por FHC. E está se dando bem. O país não parou. Não quebrou. Não houve traumas. Essa é a lição positiva que se pode tirar desse governo. Aliás, imitou o antecessor até naquilo que há de mais vil, a corrupção.

No caso de Roraima, é diferente. Ottomar de 1991 a 1994 institucionalizou o estado. Neudo Campos, de 1995 a abril de 2002, estruturou-o, com a pavimentação da BR-174 e a viabilização da energia abundante e confiável de Guri, abrindo oportunidades (Terra de Oportunidades) para os primeiros projetos de desenvolvimento. Depois disso, foi só descontinuidade.

Flamarion, o sucessor, chegou ao cúmulo de fechar as duas Escolas de Tempo Integral criadas por Neudo, escolas símbolo, modernas e eficientes. Até hoje, pais de crianças que lá estudaram sentem sua falta e engrossam aquele sentimento de que Roraima é a terra do "já teve".

Ottomar voltou. Desde então, só fez e faz administrar o caos. Recentemente, destinou para cada prefeito aliado a sugestiva quantia de R$ 300 mil. Atitude pífia, por sinal. Foi mal assessorado política e eleitoralmente. Essa discriminação só prejudicou o resto do povo, moradores de outros municípios, que está pagando pelo desprezo governamental.

Pior: eleitoralmente, era muito mais negócio para o "Velho Brigadeiro", com a máquina e estrutura governamentais nas mãos, realizar ele mesmo suas ações nesses municípios. Como fez, a obra será vista como "milagre" praticado pelo prefeito e não pelo governo, que efetivamente abriu os cofres.

Cremos mesmo que 2010 será o ano da mudança. Nomes batidos não terão mais gás. Outros, a consciência do eleitor se encarregará de alijá-los do processo. Serão desconsiderados no momento do voto, como pena pelas muitas traquinagens e falta de transparência.

Em 2010, sem dúvida, uma nova geração estará envolvida até a alma, como protagonista do processo eleitoral, seja na condição de candidato, seja como eleitor novel. Vale à pena esperar.

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