- 29 de outubro de 2024
Brasília - Precisa-se com urgência de um candidato a presidente da República que seja capaz de enfrentar e derrotar Dom Luiz Inácio (PT-SP). Com os nomes que aí estão, vai ser muito difícil ganhar a parada de nosso amável beberrão, embora ainda falte uma eternidade para o dia 01 de outubro.
O atual presidente divide o país. É verdade. Mas embora rejeitado pela maioria esmagadora dos diversos setores das classes médias, consegue se manter na liderança das pesquisas de intenção de voto, na utilização de "programas sociais" que distribuem benesses e penduricalhos à grande massa de milhões de destituídos.
A convenção nacional realizada pelo PFL, na quarta-feira (21), oficializando a candidatura do senador José Jorge (PE) como vice de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), foi um dos acontecimentos mais chochos que se poderia ter presenciado.
Sem carisma (e sem conseguir transmitir empolgação à pequena audiência que compareceu ao auditório Petrônio Portela, no Senado), Alckmin fez um discurso em que pregou a necessidade de geração de empregos.
Logo no início, elogiou o antecessor do atual presidente, FHC (PSDB-SP), cometendo o pecado de trazer à cena política uma das figuras que mais prejudicou o Brasil nos últimos onze anos e meio. Porque há de se considerar que o mandato de Dom Luiz Inácio nada mais é do que a continuação de tudo de ruim praticado por FHC.
E se é para isso que o PSDB pretende voltar à Presidência da República, melhor ficar tudo como ora se encontra. Nem adianta sair de casa e sufragar o nome que o partido apresenta. O eleitor só sai de casa para votar porque é obrigado.
FHC prometeu criar oito milhões de novos empregos no seu segundo mandato (1999-2003), mas desmontou nossas estatais, a fim de entregar as chamadas "jóias da coroa" (que pertenciam ao povo brasileiro), a nações estrangeiras.
Na sua gestão, ocorreram os maiores crimes (tão grandes ou maiores do que os atualmente denunciados), mas ninguém apurou, pois não se conseguiram instalar indispensáveis CPIs.
O maior desmando praticado por FHC, foi o da compra de votos parlamentares que permitiram modificar a Constituição Federal e aprovar a reeleição. O instrumento da reeleição é a raiz principal de todos os nossos atuais males. É impossível dar-se início a qualquer reforma, se o item reeleição não for colocado em primeiríssimo lugar.
Criou-se círculo vicioso, perigosíssimo, num Congresso que defende tudo, menos o interesse do país, lotado de parlamentares que "são verdadeiros bandidos", nas palavras do presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado federal Ricardo Izar (PTB-SP).
Sem muito a dizer na convenção do PFL, os parlamentares preferiram chamar Dom Luiz Inácio de "bêbado" (o que não é nenhuma novidade) e de "ladrão", como foi o caso do senador ACM (PFL-BA), um dos mais ferrenhos críticos do atual presidente, depois de tê-lo apoiado no primeiro instante do início da campanha eleitoral de 2002.
Mas ACM, já faz algum tempo, não merece crédito. Ele tanto pode classificar de "ladrão", um adversário político de ocasião, como pode se desdizer na primeira oportunidade, dependendo de conveniências. Quem é que pode se empolgar com discurso dessa natureza? Cadê as propostas? Onde estão as mudanças?
Por tudo isso, a população segue indiferente, esperando o desenrolar dos acontecimentos. Não apareceu ainda ninguém de expressão que diga alguma coisa e toque fundo na alma do povo. Só se enxergam vivarachos e tapeadores sem brilho.
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