- 29 de outubro de 2024
Ontem pela manhã, o Conselho Fiscal dos professores assumiu provisoriamente a direção da entidade. Com a renúncia de 100% dos adjuntos e de 50% mais um dos diretores de departamento, o Sindicato agora ficará por 48 horas sob a responsabilidade dos cinco professores que formam o Conselho Fiscal, setor mais próximo da destituída Direção.
O ex-presidente da entidade, Ornildo Ferreira, segundo Ivanilde do Carmo, membro do Conselho Fiscal, deu "um tiro no pé" quando expulsou dois membros da sua diretoria, os professores Paulo Cabral e Isis Moura. "E como mais de 50% dos diretores e todos os adjuntos renunciaram, a diretoria automaticamente foi destituída, de acordo com o que prevê o Estatuto da entidade", explicou Ivanilde. Depois das 48 horas, o Conselho Fiscal deverá convocar assembléia extraordinária para a escolha de uma comissão provisória, até a realização de nova eleição.
Ainda conforme Ivanilde, os professores devem cumprir o que reza o Estatuto da entidade. "Ornildo tem que entender que a sua diretoria foi destituída. Ele agora que procure a Justiça, se achar que ainda é presidente", orientou. Ainda ontem pela manhã, o ex-presidente recebeu dos membros do Conselho Fiscal a notificação da destituição da sua diretoria, mas se recusou a assinar. Em vão. Como havia testemunhas, o documento foi validado.
O professor sindicalizado Paulo Cabral, expulso do Sinter por Ornildo, apresentou inúmeros documentos comprovando a falta de legitimidade da atual diretoria. "Os poucos que ficaram já estão ilegais. Portanto, devem recorrer à Justiça se acham que foram lesados. Só fizemos o que prevê nosso Estatuto", ressaltou Cabral. Com ânimos exaltados, os professores da diretoria destituída começaram a bater boca com membros do Conselho Fiscal.
A Polícia Militar foi acionada e chegou ao Sinter em poucos minutos. "Sem alteração" Após tomar conhecimento dos fatos, o sargento Furtado, responsável pela guarnição, informou aos professores que nada podia fazer. Explicou que não poderia tirar de dentro da sede do Sinter, professores associados, membros do Conselho.
"Todos são professores. Alguém só sai daqui com ordem judicial", informou o sargento, contrariando a vontade da destituída diretoria, que queria expulsar os cinco professores do Conselho Fiscal. Os professores do Conselho também apresentaram aos policiais ata lavrada no dia nove passado, notificação à ex-diretoria e declaração de desistência de titulares de departamento e suplentes, o que convenceu os policiais a não intervirem no caso.
"Estamos aqui apenas para evitar a depredação do prédio ou agressões por parte dos professores. Sem ordem judicial não podemos tirar alguém daqui. E não somos juízes", frisou o militar. Resistência Os poucos membros da diretoria destituída não aceitavam o posicionamento da PM. Desesperados, ex-dirigentes traçaram os portões com cadeados. Impediram até que os membros do Conselho, já responsáveis pela entidade, sentassem em cadeiras.
Em seguida, o tenente da PM Figueiras chegou ao local e conversou com professores dos dois lados. Também chegou à conclusão que a Polícia estava no local apenas para manter a segurança de todos. "Não vamos atuar como juizes. Quem se sentir prejudicado tem que procurar a Justiça. Estamos aqui apenas para manter a ordem", informou o oficial, novamente frustrando os professores da ex-diretoria.
Os três carros da PM estacionaram na frente da sede do Sinter, enquanto o presidente destituído seguia ao 1 Distrito de Polícia para prestar ocorrência. "A diretoria já está ilegal. Ele que procure a Justiça", orientou o professor Cabral. Desesperada Até o encerramento da edição, os poucos professores da ex-diretoria continuavam impedindo que o Conselho Fiscal assumisse a entidade. "Aqui ninguém entra!", gritava descontrolada a professora Albanira, membro da ex-diretoria.